Coluna Nova Petrópolis

Estão tratando Nova Petrópolis como uma carta fora do baralho

13/01/2020 - 11h00min

Atualizada em 13/01/2020 - 17h28min

Me sinto bastante incomodado toda vez que passo por aquele viaduto de Novo Hamburgo, onde fica a saída da BR-116 para Campo Bom, Sapiranga, Igrejinha, Três Coroas e… e Gramado. Quando se vem de Porto Alegre, são diversas placas indicando as cidades que ficam à direita e em todas elas consta o nome de Gramado no fim. E nenhuma placa indicando Gramado via BR-116. É como se aquele fosse o único caminho para a badalada cidade. Obviamente isso atende a certos interesses.

FICA A DICA

No mínimo deveria ter lá uma placa apresentando as duas opções que levam a Gramado: uma “via Nova Petrópolis” e outra “via Três Coroas”. Aí cada turista poderia escolher por onde acha melhor viajar. Fica aí a dica para as nossas autoridades.

CARTA FORA DO BARALHO

Em Vila Cristina acontece algo parecido (nesse caso para quem desce da Serra). Já comentei aqui sobre aquela placa que indica o caminho para Porto Alegre por Feliz. Desviar os veículos pesados pela RS-122 até faz sentido, pois a estrutura é muito mais adequada. Mas quem está viajando de carro e não conhece o lugar, a ponto de precisar da informação de uma placa, este tem boas chances de gostar mais de passar pela Rota Romântica. Nova Petrópolis também é uma cidade turística e não pode ser considerada “carta fora do baralho” do jeito que estão fazendo!

O QUE QUEREMOS 1

É verdade que, havendo muitas placas mandando os veículos na direção de Nova Petrópolis, podemos ter problemas por aqui. Sob determinados aspectos e capacidade local já está bem perto do limite. São problemas que já deveriam estar superados. Como não estão, fica sempre aquela pergunta martelando na consciência: Nova Petrópolis quer mais movimento? Urge a necessidade de uma resposta precisa.

O QUE QUEREMOS 2

Muito já se trabalhou para descobrir o que a cidade quer ou precisa em termos de turismo. Aí temos outro exemplo. Esses dias a Prefeitura divulgou a notícia de que o empréstimo de R$ 14 milhões tem boas chances de acontecer agora em 2020. Sabe-se que uma das finalidades do financiamento é asfaltar parte da estrada que leva Nove Colônias, incluindo o trecho próximo do centro da localidade. A ideia é pavimentar e melhorar o acesso a uma área com grande potencial turístico, o que de fato Nove Colônias é. Por isso, para ilustrar a notícia, a Prefeitura optou por uma bela foto, que mostra um grupo de pessoas caminhando nas curvas antes do centro de Nove Colônias. Dá a impressão de que é um grupo de turistas. Em resumo, tentou-se dizer que o turismo será contemplado com o empréstimo e o asfalto.

O QUE QUEREMOS 3

Aqui não se trata de discutir se a obra com dinheiro emprestado é boa ou não. Essa é outra discussão. O que se precisa questionar é o tipo de turismo que se vislumbra para Nove Colônias e para o interior de um modo geral. O asfalto pode ser um importante acréscimo, ou não. Por exemplo: Se os turistas vão de carro até algum estabelecimento e ficam lá durante algumas horas (ou dias, no caso das pousadas), aí o asfalto é um acréscimo fundamental. Mas quando se pensa em ciclismo e caminhadas, segmentos que também mostram potencial no nosso interior, aí o asfalto não agrega. Voltando ao caso da foto publicada pela Prefeitura, só haverá turistas caminhando pela estrada de Nove Colônias enquanto não houver asfalto.

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