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Faltando um ano para as eleições municipais, a política se movimenta vamos dizer assim nos porões
Um será o prefeito, mas em cada município duas ou até 10 pessoas pensam em se candidatar para prefeito. No entanto, é necessário vencer tantas etapas, que nem 10% dos que sonham em ser candidato chegam a constar numa chapa. A primeira e principal resistência é o eleitorado. Alguém que queira ser candidato a prefeito tem que ter um mínimo de apelo eleitoral. Não basta querer, é preciso o eleitorado querer. Os que não tem as mínimas chances já largam fora logo de cara. Em segundo lugar tem que ter um partido por trás, que tenha gente para trabalhar para o candidato. Tem as exceções. Acontece de um candidato bom e com um partido pequeno ganhar uma eleição. Zebras acontecem em qualquer competição. Mas a grande verdade é que a grande maioria das pessoas não quer saber de política, principalmente os melhores. Geralmente os que seriam ótimos candidatos não querem entrar na política. Aqui em Ivoti a única coisa que temos praticamente certeza é que o PP do prefeito Martin e o PRB de Maria terão candidatos. Não se sabe quem serão, mesmo porque o próprio prefeito vive dizendo que não sabe se concorrerá ou não.
COMPLICADO
Neste país tudo ficou difícil. O retrocesso em tudo desde a redemocratização é uma grandeza. A começar pela Constituição de 1988, onde escreveram de tudo em vez de apenas os princípios. As regras para ser prefeito são tantas que não tem como um prefeito escapar de fazer tudo certo, mesmo que queira ser extremamente correto. Tem regras que se sobrepõem e muitas vezes os prefeitos não sabem o que fazer. Se obedecem uma ou outra regra. As duas se chocam. Por exemplo, o Tribunal de Contas exige o cumprimento do teto de 54% nos gastos com pessoal, ao mesmo tempo em que fecha o olho para o governo do Estado. A própria interpretação que o Tribunal dá para o que é salário que integra o teto é passível de dúvidas. Por exemplo, o governo do Estado gasta quase todo o dinheiro que arrecada com pessoal, ativos e inativos. Não sei como o Tribunal de Contas enxerga isso. A despesa com os inativos também é gasto com pessoal, assim como penduricalhos, etc. Vale-alimentação não é considerado despesa com pessoal, tampouco pagamento de estagiários. 10% da folha de pagamento e número de funcionários da Prefeitura são estagiários. E o salário deles não integra a despesa com pessoal para efeito de cálculo do teto de gastos com pessoal. Não dá para levar a sério. O pior é que os prefeitos têm que cumprir com o teto e o governo do Estado não.
FUGA
O ideal é que só candidatos bons concorressem nas eleições. Honestos, trabalhadores, mas que estivessem dispostos a enfrentar o emaranhado de coisas que atrapalham quem quer fazer a coisa certa, na hora certa e sem muitos rodeios. No serviço público, tudo é complicado, tem tantas regras que um prefeito de município pequeno tem que ter muitas vezes mais de um advogado para dar contra da demanda. Para demitir alguém tem que seguir regras complicadas que visam sempre beneficiar o infrator por incrível que pareça. O sujeito pode roubar, e é difícil se livrar dele no serviço público. É possível mas complicado. O país simplesmente saiu dos trilhos.