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Jabuticaba brasileira

06/03/2019 - 11h00min

Atualizada em 06/03/2019 - 11h15min

Tem um ditado atribuído ao sábio Salomão, que diz que até o tolo, quando fica calado se passa por sábio. É que o vice Roberto Schneider andou se explicando sobre o fato de ter sido pego com o seu carro particular estacionado no lugar reservado ao carro oficial. Ele justificou a atitude dizendo que estava a serviço da Prefeitura. Explica mas não justifica. Carro oficial é o carro aquele com placa de carro oficial e mais nenhum outro muito menos o carro particular do secretário de Obras. Nestas horas é melhor ficar calado, deixa passar e pronto. A menos que ele ache que é de fato uma autoridade. Autoridade municipal é só o prefeito. Assim que o prefeito assume o vice sai de cena. Ele é eleito apenas para assumir em caso de impedimento do prefeito. Podia-se fechar um olho e concordar com o secretário de Obras. No entanto, é bom discorrer sobre o assunto para analisar uma eleição de um vice-prefeito. E a consequente mania do atual vice em dizer cada vez que fala em público a seguinte frase: “administração Martin e Beto”. Não existe administração Martin e Beto. Existe a administração do prefeito Martin. Se o vice arregaçou as mangas e ajudou a eleger a atual administração é outra história.

DOIS CORPOS

Esta história de que temos que eleger um prefeito e o vice se justifica para caso de impedimento do prefeito. Assim é com todos os cargos eletivos. Só isso. Agora se o prefeito eleito bota lá o vice para trabalhar na administração são outros quinhentos. Aí ele deixa de ser vice para ser o secretário de Obras no caso atual. E secretário de Obras não é autoridade nenhuma como também no caso atual. Quando Roberto Schneider fala em administração Martin e Beto até soa como se o povo de Ivoti tivesse escolhido dois prefeitos. Acho que está na hora de aproveitar a foto do carro do secretário de Obras estacionado no local reservado para autoridades para esclarecer um pouco esta questão. Muitas pessoas ficam confusas com os dois prefeitos eleitos. Beto se vale do fato de ter sido eleito vice para popularizar o seu nome para futuros saltos eleitorais. Só que fazendo isso aumenta a dimensão do vice e diminui a do prefeito. Dois corpos não cabem no mesmo espaço. Não tem nada demais numa campanha. Só que tem que acabar por aí. Empossados, o vice sai de cena e não se fala mais em administração Martin e Beto.

JABUTICABA

Esta história do vice achar que é autoridade é coisa desses últimos tempos em que tudo foi desvirtuado no Brasil. 30 anos atrás se elegia o vice e ele não ia arrumar depois uma “boca” na Prefeitura. Era, como de fato tem que ser, figura decorativa. Nos últimos anos o vice passou a receber salário, mesmo sem fazer nada. Passou a ser um bom negócio ser vice. E mais tarde o vice-prefeito passou a ocupar cargos na administração e aí o salário passa a ser o do cargo que ocupa. Secretário em Ivoti recebe de 6 a 7 mil. Não tem nada de errado vice trabalhar. Está aí o vice Mourão, que ganha salário de general aposentado e mais o do cargo que ocupa. Deu uma bela engordada nos seus vencimentos. Se o vice trabalhar que receba pelo trabalho. Mas remunerar o vice mesmo ele ficando em casa e não fazendo nada é mais uma das tantas jabuticabas brasileiras.

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