Coluna Nova Petrópolis

Jerônimo quer o fim das estatais gaúchas; mas os deputados de seu partido, não

25/04/2019 - 11h00min

Atualizada em 25/04/2019 - 11h06min

Jerônimo é o autor de uma das falas mais pertinentes que a tribuna da Câmara já teve neste ano. Foi no dia 8 deste mês: “Eu estou cansado dessas autarquias, dessas empresas públicas! Isso é uma bagunça. Não tem fundamento”, afirmou o pedetista, em crítica que na ocasião era dirigida ao Daer e à EGR. Estou completamente de acordo e certamente também a maioria dos contribuintes, insatisfeitos que estão com os serviços públicos. Jerônimo, como vereador, está em contato com os cidadãos e sabe das mazelas do trabalho estatal. Quem parece ignorar essas mazelas são os deputados estaduais do PDT, partido de Jerônimo. No primeiro turno, os quatro deputados do PDT (Eduardo Loureiro, Gerson Burmann, Juliana Brizola e Luiz Marenco) votaram contra a PEC que acaba com a exigência de plebiscito para a venda da Ceee, CRM e Sulgás. Tudo bem, pode-se discutir se o certo é ter uma consulta popular ou não (a exigência de plebiscito para venda foi criada justamente por um deputado do PDT, Vieira da Cunha). Mas é sabido que, com plebiscito ou sem, essas estatais acabarão sendo vendidas. O Estado não tem outra saída. Ficar insistindo com a ideia de plebiscito é só uma maneira de atender as expectativas dos funcionários dessas estatais, os únicos interessados em mantê-las.

PENSÃO ALIMENTÍCIA

Tem um tema que foi proposto na Câmara há alguns meses e parecia que tinha caído no esquecimento. Mas não. Existe um movimento na Prefeitura para que o funcionalismo receba vale alimentação também nas férias e em outros dias de afastamento do trabalho. Estão sendo avaliados fatores de ordem jurídica, se é legal ou não. Já dei a minha opinião aqui e vou reforçar: não interessa se a lei permite ou não. Este pagamento seria uma grande indecência! Quem quiser tirar a prova, que consulte os empresários da cidade, aqueles que têm o número de funcionários parecido com a Prefeitura. Veja se existe um que paga vale alimentação para os funcionários nas férias. Só um! E, se mesmo assim quiserem lavar este absurdo adiante, que tenham a coragem de lhe dar o nome adequado: pensão alimentícia.

PENSANDO EM VALORES

Agora vamos pensar o pagamento do vale alimentação nas férias do ponto de vista do gasto público. O valor mensal do auxílio é de R$ 500,00 e, com o reajuste em tramitação, passará para R$ 549,00. Da última vez que ouvi, a Prefeitura já tinha mais de 700 funcionários. A título de exemplo, vamos supor que são 700. Com o pagamento do vale nas férias, cada um deles geraria um gasto adicional de R$ 549,00. Seriam R$ 384 mil por ano. Nem preciso dizer quantas demandas de investimentos o município teria para um valor como este.

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