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Mas uma grande parte vai para os cofres do governo, o que é mais grave ainda

25/03/2019 - 11h00min

Falou-se muito em fascismo na campanha para presidente da República, mas um dos únicos resquíscios fascistas ao vivo e a cores que ainda perdura no Brasil desde a década de 40 é a CLT, inspirada na Carta de La Lavoro de Benito Mussolini, então ditador fascista da Itália. A Consolidação das Leis do Trabalho foi inspirada na tal da Carta de La Lavoro de Mussolini e se você se depara com os seus artigos chega a conclusão de que ela contempla apenas um dos lados. Vá lá, estávamos na época na década de 40 e hoje a realidade é outra. O que não se entende é como uma legislação de 1940 ainda está vigindo em pleno ano de 2019. A consequência está aí. O país anda encalacrado, não cresce mais, porque ninguém quer montar negócio com esta legislação que está aí. Você protege de tal maneira o trabalhador no Brasil, que ninguém quer ser o seu tutor. O empregador ainda hoje, mesmo depois da reforma trabalhista de Temer, não quer saber de contratar trabalhadores. Contratar eles é fácil e simples. O que é difícil é o contrário. Aí é custoso, muitos não conseguem mais nem demitir, mesmo sendo necessário, porque o custo é muito alto e muitos não conseguem nem arcar com as demissões. Trata-se, em suma, de uma legislação arcaica, atrasada, quase centenária, que só traz o atraso e uma das consequências diretas é o fato do Brasil patinar, patinar, patinar, mas crescer que é bom nada. O empregador brasileiro paga um salário para o trabalhador e ele acaba custando por mês quase o dobro. Boa parte da diferença não vai para o bolso do trabalhador. Mas uma grande parte vai para os cofres do governo, o que é mais grave ainda.

SINDICATOS

Os sindicalismo no Brasil também entrou na vala comum daqueles que acabam mamando nas tetas de alguém, quer seja do governo, quer seja das empresas, quer seja dos próprios trabalhadores. A imposição de todos os trabalhadores pagarem um dia de trabalho em março destinado para custear os sindicatos no Brasil é o exemplo disso. A reforma trabalhista acabou com isso. Contribui com o seu respectivo sindicato quem quiser e quem se achar representado por ele. Isso acabou agora. Não sei se existia algo parecido no mundo. Todos os trabalhadores dar um dia de trabalho para um sindicato que as vezes nem sabem qual é e nunca viram a cara de um representante do respectivo sindicato é estranho. Na verdade, o butim era distribuído entre várias entidades, inclusive centrais sindicais e o próprio governo mamava nesta teta. Isto sim que é fascismo, você impor algo para as pessoas, no caso os trabalhadores, que é contra a vontade deles e não lhes traz nenhum benefício.

REFORMAS

Só se fala nas reformas que o Brasil necessita para começar a crescer. A principal delas, evidente, a Reforma da Previdência. Mas obrigar o empregador ao demitir um empregado a pagar 50% do depósito do FGTS como pena passa dos limites. Menos mal que 40% da multa vai para o bolso do trabalhdor. Mas sempre tem um percentual que vai para o bolso dos políticos. 10% da multa de 50% fica com a Caixa, ou seja, o governo. Ao demitir, o empregador paga uma multa para o governo. Só vendo para acreditar.

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