Coluna Nova Petrópolis
Os vereadores enfeitam, mas não fazem muito para ter mais mulheres na Câmara
Continuando o assunto de ontem, o Dia Internacional da Mulher, mas agora sob a ótica da participação feminina na política local. São muitos os aspectos em que a nossa sociedade precisa ter igualdade de direitos entre homens e mulheres. A política é um deles. Não é por acaso que temos 10 vereadores e uma vereadora. Mas é preciso muita atenção. Não precisamos necessariamente de mais vereadoras, para simplesmente deixar o placar próximo de empate. Precisamos, isto sim, das pessoas mais qualificadas da cidade sentadas naquelas cadeiras, independente do sexo. Mas como qualidades e defeitos são distribuídos igualmente entre homens e mulheres, é óbvio que existem várias lideranças ou personalidades femininas que deveriam estar lá. Os motivos de isso não acontecer todos nós sabemos bem.
SENHORA VEREADORA
A maioria dos 10 homens da Câmara refere-se aos colegas com a seguinte expressão: “senhores vereadores e senhora vereadora”. Isso para ressaltar a presença feminina de Kátia Zummach, a única mulher. Enfeites verbais nunca serviram para resolver problemas, ainda menos quando atacam a língua portuguesa, como neste caso e no infeliz “presidenta” requerido a si por Dilma Rousseff. A própria Kátia deve achar esse negócio de “senhora vereadora” uma grande bobagem, visto que tanto eles como ela estariam muito respeitosamente citados em “senhores vereadores”. Não fosse assim, o nosso Legislativo teria o nome de “Câmara de Vereadores e Vereadora” (isto aqui não deve ser interpretado como uma sugestão!). Este enfeite que os vereadores fazem jamais acabará com o machismo e muito menos servirá para criar mais oportunidades para as mulheres na política. Na verdade, o exemplo serve justamente para demonstrar uma situação em que muito se fala e pouco se faz.
A HORA DE AGIR
Se os caciques da nossa política, dentre os quais estão os 10 homens da Câmara, realmente querem uma maior participação feminina na política, o momento de agir é na definição das candidaturas. É preciso promover a entrada de mais mulheres na lista de candidatos. Se partidos como PP e PSDB colocarem um número igual de homens e mulheres em suas listas da proporcional, fatalmente mais vereadoras serão eleitas. Dentre elas, grandes figuras que hoje fazem falta no nosso Legislativo.
SEMPRE EM BRASÍLIA
Não passou despercebido por vários leitores desta coluna que o prefeito Regis Hahn passou o aniversário de 64 anos do município em Brasília. Viajou no dia 26 de fevereiro e voltou 1º de março. Como das outras vezes, voltou anunciando a obtenção de recursos federais, como uma emenda parlamentar, no valor de R$ 100 mil, para o Hospital de Nova Petrópolis, caso de agora. Lelo deve ter colocado o aniversário do município na balança e chegado à conclusão de que valia a pena viajar, convencendo-se ainda mais ao conseguir dinheiro. Mais prefeitos da região viajaram para a capital por estes dias. O que muitos questionam é o conjunto da obra, pois o número de viagens é altíssimo. Da mesma forma, questionam a necessidade de se estar lá, quando os deputados federais vivem aqui pela região e têm escritórios parlamentares em Porto Alegre. Os gastos com passagens e diárias para Brasília são altíssimos. O prefeito estar em Brasília na data do aniversário do município não é um problema em si, mas serve de símbolo para aqueles que acham que o prefeito poderia dar uma acalmada nas viagens.