Colunistas
Panela de Pressão
DANDO O QUE FALAR
O distrito industrial da Colônia Japonesa está dando o que falar. Desde que foi criado, é notícia e não sai do noticiário. É um negócio impressionante. Arnaldo comprou a área e tinha tanta pressa que incluiu a compra da área na reforma do Plano Diretor. Outra coisa desastrada. Mas vamos por partes. Em 2013, Arnaldo comprou a área para a instalação do distrito industrial. Já tinha virado em mato na Picada 48 Alta. Aliás, não sei até hoje porque o distrito industrial da Picada 48 Alta não decolou. Se as condições para as empresas se instalarem eram draconianas, que se afrouxassem as regras. Se o alegado acesso era um impeditivo para as empresas se instalarem, que se melhorasse o acesso. Não é possível que nenhuma empresa se instalasse lá por causa da subida da Feitoria Nova. Isso é piada, mas foi usado na época para justificar o desinteresse de empresas para lá se instalar. No fundo, a impressão que deu foi de que os objetivos tinham sido atingidos com a simples compra da área e a sua dotação de infraestrutura. Pronto, mais do que isso não precisava fazer e ficou lá agonizando até os dias de hoje. O prefeito Martin agora deu prazo de meio ano para uma comissão trazer a solução para a área, já que tem que ser feito novo estudo geológico do local porque o anterior perdeu o prazo de validade. Aquele distrito industrial da 48 Alta atesta o desastre que foi o revezamento 2 x 2 que nos governou por 30 anos. Ele era uma legítima descontinuidade. Quando um saía, o outro assumia como se fosse um outro município. Parava tudo e começava tudo do zero.
VOLTANDO A COLÔNIA
Se o distrito da 48 Alta foi um desastre em todos os sentidos, pois em 15 anos não produziu um prego sequer, a terraplanagem virou mato e a rede de energia elétrica foi roubada, o distrito industrial da Colônia Japonesa segue um caminho parecido. O Kayatzu nasceu e vai dar frutos, mas não sem muito pano para manga. Ele foi concebido na pressa. Para ter autorização para a compra da área, o prefeito de então precisava da autorização da Câmara de Vereadores. Em vez de mandar um projeto de lei específico para a Câmara, que seria aprovado em poucos dias, Arnaldo escondeu o novo distrito industrial dentro das centenas de páginas da reforma do Plano Diretor que estava em tramitação na Câmara. Os vereadores ficaram num dilema. Ou aprova tudo ou nada. Como o Plano Diretor requeria um prazo longo de tramitação, a compra da área também. Usando-se desse impasse criado por Arnaldo, o próprio prefeito tentou acusar depois os vereadores de terem retardado o início do distrito industrial. Era só separar as duas coisas e no mesmo dia a Câmara aprovaria a compra. Sugerido, não o fez.
VALOR
Como se descobriu muitas irregularidades tempos depois, Arnaldo foi objeto de um processo de impeachment na mesma Câmara. Um fiscal da Prefeitura entrou com o pedido. Na prática, Arnaldo comprou a área sem a autorização da Câmara e sem que ela tivesse sido transformada em área urbana. Botou a carreta na frente dos bois. Agora surge outra denúncia. Em 2010, Maria negociava a mesma área e mandou fazer um estudo técnico que determinasse o valor da área por empresa especializada. O resultado foi R$ 700 mil e uns quebrados. Em 2013, Arnaldo pagou R$ 2,6 milhões, 3,5 vezes mais, para pagar em 4 anos, totalizando mais de R$ 2,8 milhões. Agora está dando explicações na polícia.