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Panela de Pressão

14/03/2018 - 11h00min

Atualizada em 13/04/2018 - 14h50min

IMPOSTÔMETRO

No dia 12 de março, o brasileiro terminou de pagar R$ 500 bilhões em impostos, segundo o Impostômetro de São Paulo. No ano passado, esta quantia foi alcançada somente no dia 20 de março. Portanto, a arrecadação de impostos foi ligeiramente acima da inflação. O choro dos governos de queda na arrecadação não existe mais. O choro continua, mas como mera desculpa para más administrações. A arrecadação de impostos nunca parou de crescer, inclusive, em plena recessão. Ela ao menos empatou com a inflação, enquanto a iniciativa privada nem conseguia recuperar a inflação. Governante gosta de chorar de barriga cheia. Uma coisa que nunca entendi é a redução de custos que eles promovem. Eles não baixam o número de servidores, não diminuem seus salários e o restante da despesa também só aumenta. Enfim, tudo aumenta e eles tomam uma única medida para reduzir os gastos. Sabem qual é? Reduzir a carga horária dos servidores, mas sem reduzir o salário. Isto voltou a acontecer agora de novo em várias Prefeituras, onde o prefeito justificou a redução da carga horária para reduzir custos. Isto mais parece pajelança, coisa de bruxaria, do que coisa séria. Mas vamos ao segredo.

SEGREDO

Os políticos têm o remédio certo quando precisam cortar gastos e não querem. Aí eles promovem uma bruxaria, tipo coisa só para enganar bobo. O que eles fazem? É muito simples de entender, só que o resultado é zero ou pior que zero. O servidor trabalha 8 horas por dia, digamos das 8 às 17 horas. O prefeito toma a seguinte providência: reduz a carga horária para só o turno da manhã, tipo 7 às 13 horas e, com isto, segundo ele, obtém corte de gastos. Não dá para entender, pois uma vez o servidor trabalhando menos horas e ganhando a mesma coisa, ele teoricamente vai produzir menos. Portanto, ele passa a custar mais e, de novo, teoricamente, tem que ser contratados mais servidores para fazer o serviço que a redução de horas ensejou. Não, não é assim. O prefeito somente reduz a carga horária sem redução de custos com pessoal nem aumento. É que eles não têm serviço mesmo e a redução da carga não afeta o serviço. Fica tudo como está. Mas onde então está a redução da despesa?

RISÍVEL

É risível, mas eles conseguem. Os nossos governantes fazem uma ginástica maior para tentar explicar esta manobra do que para implementá-la. A única redução de custos que esta manobra de redução da carga horária acarreta é aquela despesa comezinha como café, luz, água, que em menos horas se gasta logicamente menos. Se o sujeito está duas horas menos lá trabalhando e não gasta luz nem água tampouco toma cafezinho durante a redução da carga horária, alguns centavos são economizados. Quando você pergunta para o prefeito em quanto foi a redução de gastos, ele nunca sabe precisar, mas generaliza. “Fomos obrigados a tomar esta medida”, justificou-se outro dia um prefeito com a maior cara de pau. Este merece ganhar o prêmio do Festival de Nova Bréscia.

NÃO É SÉRIO

Nosso serviço público não é sério. Fazer uma coisa dessas e achar que a população acredita é achar que todo mundo é trouxa. Aqui em Ivoti, o horário de trabalho dos funcionários da Prefeitura era normal, conforme a CLT, de 48 horas naquela época. Depois reduziu para 44 com a Constituição de 1988. Depois, o prefeito Arnaldo usou um pouco de sua astúcia e fez esta jogada que contei acima. Num determinado ano, ele acabou com o horário matutino e fixou a carga horária das 12 às 19 horas. E assim está até hoje para os funcionários administrativos. Contou esta mesma lorota. Na prática ninguém cumpre o horário. Trabalha-se das 13 às 18 horas. É tudo um jogo de compadres.

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