Coluna Dois Irmãos

Porque a inauguração da ponte em 1968 lotou e a de 2019 teve pouco público?

28/03/2019 - 11h00min

Atualizada em 28/03/2019 - 13h21min

Todo mundo andou se questionando porque uma inauguração de 50 anos atrás parou a cidade, e em uma inauguração semelhante, neste mês, tinha pouquíssima gente. Você sabe por quê?

Qual a resposta para isso? O que você acha?

Vamos, então, humildemente, fazer alguns paralelos e dar a nossa opinião. Teve pouca gente por dois motivos: primeiro, porque inauguração de obra pública não tem mais engajamento algum. As pessoas apenas querem cobrar, mas não estão nem aí, acham que é obrigação, pois viver neste país já é caro demais, se paga imposto demais! Pode ser uma linha de pensamento errada, mas é isso. Tanto é que, na coluna de ontem, criticamos que, na hora que falta luz, água ou telefone, todo mundo reclama, mas quando tem audiência para sabatinar Corsan, RGE, Oi, AGERGS e exigir o fim do problema, nenhum morador sai da moita. Infelizmente, é assim! Nota 0 para moradores, nota 8 para políticos, neste caso!

Em segundo lugar, as pessoas têm mais o que fazer do que ouvir discurso de político. Pior ainda quando tem cinco ou seis apresentações artísticas antes dos discursos, o que não foi o caso! Ou quando, a lista de discursos é grande e todos ficam meia hora “saudando fulano, saudando sicrano, saudando beltrano”… Para o povo, isso é conversa para boi dormir! Desculpem, mas é assim que a maioria pensa…

Infelizmente, o povo prefere ficar em casa assistindo BBB, novela ou tomando cachaça no boteco. Nota 0 para o povo, de novo, nota 8 para os políticos! Se bem que, muitos preferem ficar em casa com a família, cuidando dos filhos ou dos avôs, neste escasso tempo que têm, do que ir lá escutar discursos. Bueno, aí já muda a situação, nota 8 para o morador!

Outra: os tempos são outros, hoje em dia é muito difícil mobilizar o povo, infelizmente. É igual Campeonato Municipal, antigamente lotava porque o povo não tinha o que fazer. Hoje, o leque de hobbys e lazer é gigantesco!

Sei que pode ser pesada esta fala, mas é isso mesmo. Os brasileiros estão cansados dos políticos, da TV, da imprensa e de um monte de coisa!

VOLTANDO

Voltando ao assunto da inauguração da ponte. Aliás, para quem não “captou” o assunto é o seguinte: na inauguração da nova ponte da Av. Sapiranga, que agora leva o nome de José Kreuz (que trabalhava de ferreiro onde hoje é o Atto Sushi), alguns comentaram sobre a diferença das duas inaugurações, uma ocorrida em 1.968 na gestão de Walter Fleck e a outra, ocorrida neste mês, na gestão Tânia da Silva. Há 50 anos, foi uma grande festa, com procissão e tudo, quando praticamente toda a cidade foi lá na cerimônia. Desta vez, como é normal em grande parte da região, poucas pessoas, em sua maioria, políticos e CCs da Prefeitura. Moradores? Meia dúzia…

Além dos motivos elencados, tem mais dois fatores e, estes, apesar dos assuntos já citados, poderia ter levado o triplo de público para lá. Primeiro: o custo da ponte de mais de R$ 1,7 milhão. Segundo motivo: a demora. Tinha uma placa lá, dizendo que a conclusão deveria ter sido feito em março ou maio do ano passado.

Então, a explicação para estas duas é uma só: obra federal é demorada e mais cara. O porquê disso, não sou eu que precisa responder. Aliás, não foram poucos os que disseram que R$ 500 mil faria toda aquela obra! Sabe como é, hoje em dia, mesmo os que não sabem nem quando é dia ou noite, e que sequer sabem o que é engenharia, se acham aptos a dar opinião sobre tudo. Neste caso, questionar é válido, mas se achar o engenheiro, então, nota 0 para o morador, mas não posso dar 10 ao político, visto que também não concordo com tudo. Mas, enfim, já noticiamos explicações a respeito deste alto custo, do Poder Público explicando o motivo.

Por fim, o motivo principal: o horário escolhido foi plausível? Para mim, foi um dos piores: pior que sexta-feira a tardinha é inaugurar em domingo ou segunda de manhã. Em sexta-feira, todo mundo que voar do trabalho para casa. Aliás, só não foi pior, porque adiaram um pouco, senão até ônibus das fábricas calçadistas teriam ficado trancados ali às 17 horas.

Isso não é uma crítica, mas apenas um comentário para que, quem sabe, nas próximas inaugurações (seja de Dois Irmãos ou da região, pois o alcance da coluna vai além) a gente tenha um público maior. Aliás, temos leitores que são contra solenidades de inauguração. Inclusive há um mês citamos um morador que nos criticou por um elogio dado a um político ou à nossa Prefeitura. Ele disse que inaugurar obras é obrigação, que aplaudir político em inauguração é como aplaudir o caixa eletrônico do banco se ele te dá o dinheiro do saque. Concordo e discordo!

COMEMORAR

Apenas acredito que temos que celebrar as inaugurações e conquistas. E, demorada ou não, cara ou barata, esta obra é muito importante. Só quem pega a tranqueira na Ponte de Pedra para ir ao Rübenich ou São João, que é mão única até hoje, infelizmente, sabe a importância da duplicação da ponte da Av.Sapiranga, cuja obra sempre vou elogiar à prefeitura, à Tânia, Jerri, Nei e ao Molling, apesar de discordar do valor e da demora, mesmo entendendo que há uma série de fatores que influenciam isso. E sei que eles (bem como outros políticos), possivelmente, concordam comigo e não gostariam que as coisas fossem assim!

Então, por fim, quem sabe, em uma próxima, a gente consiga colocar mais público em suas inaugurações, ressalvando-se algumas análises destas. Aliás, amanhã a gente continua o assunto, lembrando uma história pitoresca da façanha, artimanha ou bela idéia de um prefeito que sabia como lotar suas inaugurações. Ficou curioso? Leia-nos amanhã…
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