Problemas muito maiores que a chuva

O temporal de início da primavera trouxe à tona mais problemas do que aqueles que vemos “a olho nu”. Mais do que alagamentos e destelhamentos de casas, há mais coisas a serem feitas na cidade. Mais do que o caso em si, é como a situação chegou ao que chegou. É força da natureza, sim. Mas e a infraestrutura da cidade? A partir do momento em que um bueiro não aguenta a força da água e passa a transbordar, algo de errado está acontecendo com aquela área. Se um posto de saúde fica alagado, também tem algo de errado com a estrutura. São problemas que precisam ser analisados e vistos muito antes da chuva chegar, quem paga não somos nós, são as pessoas que vivem nessas regiões, próximas aos problemas. Elas pedem ajuda e, muitas vezes, só são ouvidas quando já é tarde. Depois que a casa alaga, que a calçada quebra, que o posto inunda é só remediar. Está na hora de começar a prevenir para não ter que lidar com o problema já consumado.

E NÓS?

Eu não vou perder o costume de falar diretamente com o povo sobre suas responsabilidades. Quando a chuva vem, o bueiro transborda, o arroio estoura e a água destrói tudo, nós acabamos por esquecer o que fez aquilo acontecer e focamos em resolver, de imediato, o problema. No entanto, temos nossa parcela de culpa também. Aquele lixo que entope o bueiro, aquele entulho deixado próximo ao arroio. Não adianta esperar que tudo seja resolvido pela Administração Pública – ou não resolvido, como acontece às vezes. Aquele lixo que você joga no chão e pensa que não vai fazer diferença se une ao lixo de outras pessoas e junto formam um problema grave. Cada uma de nossas ações, isoladas, separadas, não faz diferença. Porém, elas nunca estão sozinhas. É bom pensar nisso quando a próxima chuva vier… Ou melhor, antes dela chegar.

IDOSOS

Saindo um pouco do assunto trágico. Em alguns dias Estância Velha promove a quinta edição da conferência do idoso. O evento tem como tema “Os desafios de envelhecer no século 21”. É um bom momento para refletir. Nós que aqui estamos, no auge de nossos 10, 15, 20, 30, 40 anos, estamos caminhando para um futuro onde seremos os idosos. Cada um de nós passará a ser aquela pessoa que hoje, muitas vezes, acabamos por ver andando pela rua, com bengala ou sem, lentamente ou mais rápido. Seremos aquela pessoa que passa na sua frente quando estamos com pressa no banco, ou que tem lugar garantido quando o ônibus está lotado. Não por egoísmo, mas precisamos pensar melhor e fazer com que as novas gerações pensem melhor em como tratar as pessoas mais velhas. Seremos elas amanhã. Você se sentirá feliz se alguém te tratar como você trata um idoso hoje?

COROS

O Festival de Coros de Estância Velha acontece neste final de semana, na Sociedade de Canto União, no Centro. Oportunidade para ter contato com a cultura, oportunidade para ouvir boa música. O evento tem início às 20h e a entrada é gratuita, mas quem quiser pode doar um quilo de alimento para a Liga de Combate ao Câncer.