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Coluna Nova Petrópolis

Raul Petry – 26/09/2022

26/09/2022 - 07h54min

Nova Petrópolis

 

CARAVAGGIO

Este foi um fim de semana diferente, pois fizemos uma caminhada de nada mais, nada menos, 77 quilômetros. Tudo no sábado. Saímos de Nova Petrópolis e caminhamos até o santuário de Nossa Senhora do Caravaggio, em Farroupilha. Este nosso trajeto correspondeu aos trechos 7, 8, 9 e 10 do roteiro Caminhos de Caravaggio. Eu já conhecia o caminho por ter percorrido tudo em setembro de 2021. O diferencial foi ter feito uma distância tão grande em um único dia. Normalmente os peregrinos levam 3 ou 4 dias para esse trecho. E pode-se afirmar que esse projeto é um case de sucesso, dado o número de pessoas que o procuram. Só que dá para dizer que é um case de sucesso, apesar dos problemas que o caminho apresenta.

 

PROBLEMAS

As qualidades do roteiro, como as belezas naturais e a hospitalidade dos moradores já são bastante conhecidas. E é por causa delas que o roteiro é um sucesso. Só que os cinco municípios (Nova Petrópolis, Farroupilha, Caxias do Sul, Gramado e Canela) não podem fechar os olhos para alguns problemas latentes do caminho. Eu considero que essa é uma situação conjunta, não só da prefeitura do lugar onde o problema está localizado. O fato do trajeto passar em muitas rodovias é o pior. As rodovias deveriam ter sido evitadas. Eu sei que elaborar trajetos não é tão fácil como alguns podem imaginar. São muitas variáveis que precisam ser levadas em consideração. Muitas vezes não tem outra opção. Mas se as pessoas precisam caminhar na beira de uma rodovia, deve ser providenciada uma lateral propícia para a caminhada. Isso não acontece em Nova Petrópolis, seja no trecho de Linha Brasil ou na região do pórtico. Mas o pior acontece em Farroupilha, onde os peregrinos são obrigados a caminhar na beira da RS-122, uma das cinco rodovias mais movimentadas do Estado. Só quem já esteve lá sabe o que é ter uma carreta a 80 km/h passar a um metro do seu lado. E o pior é que os caminhantes precisam atravessar as duas pistas e para isso também não existe qualquer estrutura. Inadmissível.

 

ASFALTO

Uma coisa é o roteiro ter que passar em um lugar onde já existia asfalto e a estrutura fica faltando. Como já escrevi, às vezes só existe essa opção para viabilizar o roteiro. Mas uma coisa bem diferente é asfaltar uma estrada por onde o roteiro já passa, e não dar a mínima para o público que irá caminhar por ali. Farroupilha cometeu essa façanha. Lá perto do santuário tem uma estrada que está com asfalto novinho em folha. As faixas ainda brilham, de tão novas. E não tem um centímetro de calçada ou acostamento para os peregrinos. Zero. Quem explica uma coisa dessas.

 

PONTE DO RIO CAÍ

Outro lugar muito perigoso é a ponte do Rio Caí, onde vai para Vila Cristina. Simplesmente não tem lugar para os pedestres. Ok, uma ponte não pode ser alargada e também é complicado tirar espaço dos veículos numa rodovia como a BR-116. Mas o problema está aí e alguma coisa precisa ser feita. Até penso que uma grande pinguela, do lado da ponte, seria uma boa saída. Não é algo tão caro e rapidamente se transformaria numa das maiores sensações do caminho.

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