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Se não fez nada até agora

04/02/2019 - 11h00min

Atualizada em 04/02/2019 - 11h11min

O povo deu o sinal de que quer mudanças nas eleições de outubro simbolizada na eleição de Bolsonaro. Ele não gastou nada, apenas falou o que o povo queria ouvir. O combate a corrupção foi um dos seus temas favoritos. O combate a velha política, que tanto nos rouba, foi outro tema favorito de Bolsonaro. O povo que não aguentava mais viu nele a figura capaz de mudar o Brasil depois de 4 anos de recessão e sofrimento. Depois de 30 dias no governo, confesso que ando um pouco decepcionado com Bolsonaro e já tenho minha opinião definitiva do que vai acontecer nos 4 anos de seu governo. A decepção somente vem do fato de ele ter prometido ser um presidente perfeito, aquele que não admitiria nem mesmo um escorregão em casca de banana. E isto ele está permitindo. O atual presidente tem a chance de botar o Brasil no primeiro mundo. Ele tem ou tinha credibilidade para aprovar no Congresso o que quisesse. Escrevo tinha porque não sei mais quanto da credibilidade lhe resta, se 80 ou 90%. Alguma coisa ele perdeu com o episódio Queiroz do filho que foi deputado no Rio. O encaminhamento do episódio Queiroz não me desceu até agora.

MELHOR DOS MUNDOS

Portanto, na minha ótica não teremos o melhor dos mundos, não veremos o país dar um salto tão grande que nunca mais seria o mesmo. O Brasil vai dar um salto não resta dúvida. O governo Bolsonaro vai ser infinitamente melhor do que os anteriores, mas não será tudo isso que eu esperava. A Bolsa já está batendo recordes, o dólar caindo, a inflação baixa, o emprego está sendo recuperado. Falta ainda o crescimento econômico que também virá a partir deste ano. Bolsonaro teve o grande mérito de montar uma equipe econômica de primeira linha e alinhada com o que tem que ser feito para mudar o Brasil e torná-lo mais justo. Tudo vai ser melhor. Entretanto, o melhor dos mundos não podemos esperar.

FAXINA

Para quem esperava que o novo presidente faria uma faxina se enganou. Todo mundo sabe que o grande problema do país é o empreguismo no serviço público, no mínimo metade das pessoas que trabalham nos governos não tem um mínimo de serviço para fazer. Quando Collor foi eleito em 1990 com o slogan de caçador de marajás, ele botou 360 mil funcionários federais para a rua e depois ele caiu também. Mas cumpriu o que prometera. O problema foi que o vice Itamar Franco, o vice que assumiu no seu lugar, readmitiu todos. No tempo que ficaram de fora ninguém sentiu falta. Sinal de que não tinham o que fazer. O quintal de Bolsonaro, o Palácio do Planalto, tem 4.000 funcionários. Contam que na hora do meio-dia, eles se revezam nos vários restaurantes que tem lá para almoçar porque não cabe todo mundo. Na Casa Branca, sede do governo americano, o número de funcionários é de apenas 350. O que Bolsonaro fez até agora? Nada à este respeito. Será que não haverá demissões? Todo o Brasil espera que os que não tem serviço saiam de onde estão. Acho que, se não fez nada até agora, não fará mais. Esta era uma medida a ser tomada no primeiro dia de governo.

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