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Coluna Estância Velha

Talvez seja a hora de entender que uma corporação mista é inviável

25/11/2019 - 11h15min

Resolvi compartilhar minha opinião sobre a crise entre Bombeiros Voluntários e Comando dos Bombeiros Militares. Talvez, a minha opinião cause algum desconforto em ambos os lados, mas, como de costume, meu único objetivo é me posicionar sobre o assunto, sem magoar nem melindrar ninguém. Até porque, eu posso estar enganada, e sou humilde o suficiente, para ressalvar isso. Então, segue algumas conclusões baseadas em diversos comentários que eu escutei dos envolvidos direta e indiretamente, e de alguns que simplesmente observam as discussões.

DIFERENÇAS

A palavra “voluntário” significa “que não é forçado, que só depende da vontade, espontâneo”. A disciplina militar é o exato cumprimento dos deveres, traduzindo-se na rigorosa observância e o acatamento integral das leis, regulamentos, normas e ordens por parte de todos e de cada um dos integrantes da Corporação. Só com estas duas definições podemos concluir que, por maior boa vontade que se tenha, uma corporação mista é totalmente inviável. Não se pode “exigir” regras e normas de pessoas que desenvolvem um trabalho voluntário. Tudo teria que acontecer com uma concordância amigável, e talvez o atual comando não tenha habilidade suficiente, para fazer acontecer desta forma.

LIDERANÇA

Escutei vários bombeiros e ex-bombeiros voluntários, desde a sua criação em 1999. Minha conclusão: nem eles sabem o que querem. Uns querem a saída da atual comandante, outros querem a saída dos militares, porém, nenhum deles quer assumir a frente da Associação. O problema interno dos BV não é de hoje. Apesar do inestimável serviço prestado à comunidade, todos nós sabemos, que foram muitos os problemas envolvendo os integrantes da corporação. Fatos pessoais, delicados, que não vem ao caso citar, mas, quem é de dentro do grupo conhece muito bem. Estes fatos, fizeram com que eles mesmo entre eles, perdessem a credibilidade, tanto que ninguém quer assumir a liderança nas reivindicações do grupo. Como eles vão “enfrentar” o comando militar totalmente desorganizados? Enfrentar neste caso significa reivindicar espaço e respeito, porém precisariam retribuir com o cumprimento de regras. Será que todos estão dispostos a isso? Talvez não. Alguns deste grupo querem apenas ser bombeiros, sem se importar em cumprir horários e regras rígidas, coisa comum entre os militares. Para quem quer apenas ser bombeiro, é só se inscrever diretamente no comando, sem precisar integrar a associação, e se adaptar as regras rígidas.

REFLEXÃO

Todo este comentário não é uma crítica aos BV, muito pelo contrário, serve para uma simples reflexão. Talvez após refletirem sobre tudo isso, tomem uma decisão. Ou se unem, indiquem um líder que tenha credibilidade entre eles e na sociedade, e partam para a conquista do seu espaço, ou aceitem que todas as ações têm início, meio e fim, e talvez seja a hora de aceitar que com a presença de uma corporação de Bombeiros Militares, não tem espaço para uma associação voluntária.

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