Conecte-se conosco

Colunistas

Temos mais com o que nos preocupar

18/06/2018 - 11h00min

Estou começando a ter esperanças num Brasil melhor. A Copa do Mundo está diferente este ano. Muito diferente. Em edições anteriores o Brasil parava por causa da Copa. Tinha até um bordão que empurrava tudo para depois da Copa. Negócios para fechar só depois da Copa. Aulas num ritmo normal só depois da Copa. Casamentos só depois da Copa. Inauguração de um negócio só depois da Copa. Serviço público começava a funcionar só depois da Copa. Carro para comprar só depois da Copa. Hoje em dia nem os órgãos públicos não param mais. Nas empresas e órgãos públicos, salvo exceções, ninguém vai parar este ano.

UMA

Das Prefeituras da região somente a de Lindolfo Collor fecha nos dias dos jogos. Acho que o prefeito se precipitou ao tomar esta medida. Ele ficou sendo o Joãozinho do Passo Certo. Creio que o prefeito anunciou com muita antecedência o decreto da paralisação. As demais nenhuma fez isto. Mesmo porque o povo não está ligado na Copa. Diferente de anos anteriores, quando a Globo ditava os costumes do Brasil desta vez o povo está se lixando para a Globo. Os costumes mudam muito de quatro em quatro anos. A mudança dos costumes acontece cada vez mais e com mais rapidez. O povo precisa cada vez menos da toda poderosa Globo. Por isto não é mais tão poderosa assim. O Brasil continua vivendo sua vida com normalidade e ninguém chora por causa de uma derrota do Brasil. Tampouco enlouquece por causa de uma vitória. É apenas futebol. Finalmente parece que o brasileiro consegue ser minimamente igual aos outros países, onde a Copa do Mundo é apenas vista como um torneio de futebol como qualquer outro. Claro que haverá comemorações a cada vitória do Brasil. Mas ninguém vai fazer disto um cavalo de batalha. Que coisa boa que o brasileiro aprendeu a não seguir mais o que a Globo tenta incutir no povo como cordeirinhos que seguem o seu pastor. Este tempo parece que ficou para trás.

NORMALIDADE

Em todas as empresas com que falei, nenhuma fechou as portas no dia dos jogos do Brasil. No máximo os funcionários estão liberados para olhar os jogos. Em muitas delas como aqui no Diário me espantei com a indiferença dos funcionários. Ninguém pediu nem para instalar um telão como nos anos anteriores. Lembro-me que houve anos em que por 30 dias quase nada funcionava. Respirava-se Copa do Mundo e ninguém queria saber de nada antes de terminar a Copa do mundo.

RUAS

Estava curioso para saber como o brasileiro ia se comportar durante o jogo de ontem. Nas ruas o movimento foi quase normal. Caiu um pouco, é verdade, mas não mais de 20 a 30%. As pessoas foram passear sem se preocupar com o jogo. Em edições anteriores as ruas ficavam vazias durante a hora dos jogos. A indiferença com a Copa do Mundo foi sentida nas últimas semanas, quando nem parecia que ia ter Copa do Mundo a partir de junho. Até a semana passada poucos falavam na Copa. A decoração nas ruas nem apareceu durante a semana. Em Ivoti não se viu uma única loja decorada para a Copa. Um apartamento num prédio foi decorado com bandeirolas da Copa. Tudo isto é muito positivo. O povo não está se deixando alienar mais por causa do um evento esportivo. Estava na hora. Temos mais com o que nos preocupar.

Conteúdo EXCLUSIVO para assinantes

Faça sua assinatura digital e tenha acesso ilimitado ao site.