Coluna Nova Petrópolis
Tempo de tolerância para atrasos na Prefeitura pode baixar de 30 para 5 minutos
Estabeleceu-se mais um impasse envolvendo “patrão e empregados” na Prefeitura. Desta vez o problema é o tempo de tolerância que cada funcionário tem em casos de atraso. Hoje ele é de trinta minutos. É um tempo bem razoável para os imprevistos, que de fato acontecem com todo mundo, tanto na iniciativa privada quanto no serviço público. Não há empresa que prospere se não houver um mínimo de tolerância. Até existem empresas com tolerância zero, mas os funcionários não gostam de trabalhar nelas. O fazem por necessidade. O problema é que, segundo a Prefeitura, existem funcionários públicos que se valem dessa meia hora de tolerância chegar mais tarde. Se o início do expediente é às 7h, o cidadão chega todos os dias às 7h25 e diz que se atrasou no trânsito. Pronto. Esse espertinho não pode ser punido porque ele está amparado pela lei. A solução, então, é mudar a lei. É o que o Executivo está tentando fazer. Nesta semana foi enviado à Câmara um projeto de lei que reduz a tolerância para cinco minutos. A reação do funcionalismo foi grande e, de imediato, o sindicato da classe apresentou um ofício pedindo a reprovação. O abacaxi está com os vereadores.
10 MINUTOS
A Câmara considera aquilo um abacaxi porque, por natureza, vereador não gosta de contrariar o funcionalismo. Mas, de fato, cinco minutos de tolerância não representa tempo suficiente para superar um imprevisto real. Então os vereadores estão propondo uma emenda ao projeto de lei, estabelecendo a tolerância em 10 minutos. A ideia partiu de Jerônimo Stahl Pinto (PDT) e foi reforçada por Darlei Wolf (PSDB). Parece mesmo ser o ideal. Só que para ir adiante, a ideia precisa ser formalizada pelo Executivo. Os vereadores não podem alterar o projeto de lei. O sindicato ainda não se pronunciou sobre uma possível mudança para 10 minutos.
É UMA MINORIA
De acordo com o vereador líder de governo, Jorge Michaelsen (Progressistas), que até pouco tempo era secretário-adjunto da Administração e portanto está a par do tema, o total de horas provocado pelos atrasos assustaria os demais vereadores. É um dado interessante para ser levado à Câmara e acredito que isso acontecerá na próxima sessão. De todo modo, sigo com a opinião de que atrasos frequentes correspondem a uma minoria. Não tenho acesso a qualquer número para afirmar isto, mas sou usuário frequente dos serviços públicos. Não me lembro de ter ficado sem atendimento ou de ser mal atendido por causa de um funcionário atrasado.
A MAIORIA PUNTUAL
Então, a maioria, que é pontual e responsável, não se importará muito se a tolerância baixar de 30 para 10 minutos. Ademais, cabe lembrar que a legislação municipal prevê prêmios de assiduidade aos funcionários pontuais. Não faz muito tempo, a própria presidente do Sindicato dos Servidores, Goreti Lenz, recebeu um prêmio equivalente ao salário de um mês. Eu também daria este tipo de prêmio, se fosse empregador. É um investimento que se reverte em produtividade, sem distinção entre o serviço público e o privado. Mas entenderia que a iniciativa do prêmio me daria o direito de ser rigoroso com quem não é assíduo. E eu não toleraria meia hora de atraso.