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Thiltapes

19/08/2019 - 10h35min

Tem uma expressão em alemão que se escreve como acima e se pronuncia mais ou menos da mesma forma. Mas o que interessa é o que ela significa. Quer dizer em alemão a grosso modo a mesma coisa que burro, trouxa, humilhado, pessoa sem um mínimo de orgulho próprio, de altivez, que deixa que os outros abusem da sua paciência sem reagir. Com a população brasileira acontece isso. Volta e meia você ouve falar que nos outros países se vive melhor, não tem assaltos, as pessoas ganham mais e tem uma qualidade de vida muito melhor. Aí vem logo a pergunta sobre o porquê no Brasil não é assim. No Brasil as pessoas da elite e da classe média alta vivem bem. Mas 80% da população passa necessidades. Nós nem nos damos conta disso de tão acostumados que estamos com esta realidade.

ALEMÃES

Outro dia vieram nos visitar uma comitiva de alemães. Os nossos anfitriões se esmeraram em preparar uma bela recepção e mostraram todas as nossas potencialidades e belezas naturais. Só que os alemães não eram bobos nem nada e queriam conhecer também uma favela. Ou seja, o outro lado da nossa realidade que costumamos esconder. O que nós mostramos para eles era o que tínhamos de melhor. A outra parte, o lado obscuro, a pobreza, os miseráveis que nos cercam, queríamos esconder. Na verdade, ninguém se dava conta dessa outra realidade. Tiveram os alemães que vir aqui no Brasil e querer conhecer como é a vida entre os miseráveis que nos cercam para cair a nossa ficha. Os anfitriões ficaram atônitos e nem sabiam o que responder. Temos pobreza na nossa região, mas ela não é tão grande como na média do Brasil. Os cinturões de pobreza existem mais nas cidades grandes. Aqui do lado, em Novo Hamburgo, tem bairros muito pobres. O cinturão que cerca Novo Hamburgo é de uma pobreza atroz. Tem bairros onde nem a polícia entra. Vira e mexe, convenceram os alemães a desistir da ideia de querer conhecer favelas. Inventaram que só tinha favelas em Porto Alegre e ficou por isso. Mas o choque foi grande entre nós que não estávamos preparados para aquela questão colocada pelos alemães.

DIFERENÇA

Uma das coisas que os alemães nos disseram é que lá não existe esta do governo botar dinheiro para manter de pé estatais que para nada servem e que fazem coisas que a iniciativa privada faz. Se um governante botar 50 milhões para uma CEEE da vida não quebrar ele vai preso. O dinheiro dos impostos é usado lá para o estado cumprir a sua real função e não para sustentar estatais que só servem para cabide de emprego de políticos. Se for realmente uma empresa estratégica para o país vá
lá. Mas se se tratar de manter de pé uma empresa de ônibus ou uma companhia de energia elétrica, para as quais têm a iniciativa privada para substituí-las sem prejuízo para o governo e que são muito mais eficientes, a Justiça tinha que intervir e proibir este tipo de aporte. Gostaria de ver uma vez uma liminar da Justiça proibindo governos sustentar empresas
que não fazem nenhum sentido. O governo federal está vendendo tudo e o faz muito bem. Mas para aqueles governos que ainda teimam em torrar o dinheiro para tapar buracos em estatais ineficientes, o laço tinha que pegar. Seria um problema a menos para nos atordoar.

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