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Agricultor retoma produção de pepino em Estância Velha
DIÁRIO RURAL
São colhidos 1,8 mil quilos da hortaliça por safra
por Daiani Aguiar ([email protected])
Estância Velha – Há 21 anos produzindo pepinos, o agricultor rural, Aluísio Renato Gossler, 69 anos, acompanhado da esposa Laurinda Maria Klafke, 68, retoma o cultivo da hortaliça nas terras, localizadas no bairro Das Quintas. Além dessa verdura, os mais de seis hectares de propriedade dão origem a outras culturas para comercialização e consumo próprio.
Desde 1987, quando o casal passou a residir no município, a atividade rural é a principal renda da família. Em busca de prosperar mais no meio, ele se mudou para o Vale dos Sinos. “Fizemos o possível e o impossível, mas hoje já na terceira idade fica cansativo”, aponta Aluísio.
Dos três filhos, dois escolheram a agronomia como profissão e o mais novo migrou para a gastronomia. No entanto, mesmo por vieses diferentes, o alimento segue sendo o sustento principal dos Gossler.
Segundo Aluísio, ele foi um dos pioneiros na plantação de moranguinho e verdura em Feliz. “Me criei nesse meio e comecei a lidar com cultivos aos 19 anos. Fui o primeiro plantador de pimentão e pepino, e o terceiro de moranguinho, que vendia para a fábrica Oderich”, destaca.
“Fui o primeiro plantador de pimentão e pepino, e o terceiro de moranguinho, que vendia para a fábrica Oderich”
Além do pepino, atualmente ele produz moranguinho, milho, feijão, batata doce, cebolinha e amendoim. “O moranguinho dá muito trabalho e exige maquinário, então é só para consumo próprio mesmo, para nós e para os netos”, observa.
Plantação, colheita e venda
Na quinta-feira, 3, o produtor plantou mil mudas de pepino, espalhados por uma área de 25 quadrados. De acordo com ele, devido ao clima variável, a plantação pode ser perdida em torno de 10%. Sendo assim, aproximadamente, 900 mudas irão semear durante o tempo de 35 a 38 dias.
Após, iniciam as colheitas, sendo realizadas de segunda a segunda, pelo período de quase dois meses. Na safra, são colhidos 1,8 mil quilos de pepinos, sendo a média por pé, de dois quilos para a conserva. Segundo Aluísio, apesar dos custos, gera uma renda significativa para o casal.
A comercialização dos produtos é feita para uma fábrica de conservas em Ivoti, em uma parceria de mais de cinco anos. Anteriormente a isso, Aluísio distribuía para outra empresa em Sapiranga e alguma quantidade para a Oderich em São Sebastião do Caí.
Processos do cultivo
Os tratos culturais incluem irrigação, capinas e desbrotas, com corte dos brotos que forem aparecendo. “Tem que deixar duas folhas apenas, porque senão enche e perde a capacidade de produzir o pepino”, explica o agricultor.
A germinação da muda ocorre cinco dias após o plantio, levando mais 25 para a floração. À medida que a planta se desenvolve, é preciso iniciar as amarrações.
Retomando a plantação, após dificuldades
Depois de permanecer três anos afastado das atividades por consequência a um problema de saúde, Aluísio reiniciou a função na metade de 2021. Começou aos poucos, plantando apenas o milho e a intenção é retomar a plantação de tomates, por meio da estufa, que se encontra desativada.
Quando ainda se dedicava ao cultivo de tomates, o produtor perdeu quase 3 mil quilos. “O alto custo da produção não compensou permanecer com o cultivo, então perdi esta quantia”, conta.
A partir da experiência, também do conhecimento durante os oito anos que presidiu o Sindicato Rural de Estância Velha, Aluísio acredita que o produtor de pequenas propriedades deve preferir culturas com o tempo curto de produção. “Para ter um giro mais rápido no setor primário, é melhor optar por culturas mais rápidas, como é o caso do milho e do pepino”, afirma.