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Alta abstenção e temor de contágio pelo Covid-19: o que esperar das Eleições 2020?
Região – O cenário eleitoral para o pleito de 2020 ainda é um campo de especulações e expectativas, em razão da pandemia do Covid-19 que afetou todas as rotinas. Em outros tempos, junho seria um mês de ebulição política, com as siglas organizando suas convenções municipais e projetando pré-candidatos à Prefeitura e Câmara de Vereadores.
O momento atual, no entanto, tem sido de espera para os partidos. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) não alterou prazos ainda do calendário eleitoral, cenário que pode ter novidades ainda neste mês. Enquanto elas não surgem no horizonte político, algumas medidas já trazem ares de mudança nas Eleições 2020 em meio ao Coronavírus. A principal delas é a indicação do TSE na realização das convenções municipais através de plataformas da internet.
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A medida é para evitar aglomerações, a principal indicação sanitária dos órgãos de saúde para reduzir a proliferação do vírus. O tribunal estabelece que os partidos têm liberdade de estabelecer regras e escolher os procedimentos para a realização das convenções virtuais, desde que garantam ampla publicidade a todos os filiados, e que estejam adequadas às exigências da legislação eleitoral. Lei esta, aliás, que segue com o prazo habitual para a realização das convenções, que devem ocorrer entre os dias 20 de julho a 5 de agosto.
Uma eleição atípica em todos os sentidos
Não será um pleito eleitoral qualquer. Este é o pensamento da chefe do Cartório Eleitoral de Estância Velha, Detiana Pereira Custódio, que prevê muitas dificuldades impostas pelo coronavírus. Ela esclarece que o calendário eleitoral está com os prazos mantidos, mas há expectativa de alterações ao longo do mês, com projeção das eleições serem postergadas para novembro ou dezembro. “Mas não tenho nenhuma indicação de bastidor nesse sentido. Acompanho através dos noticiários sobre estas possíveis alterações”, afirma.
Sobre as convenções municipais em novo modelo, Detiana reflete que o cenário não será sentindo em grandes cidades, onde o serviço de internet e telefonia são adequados para viabilizar os encontros virtuais. “Mas em municípios menores há inviabilidades técnicas. E os representantes tendem a ser mais simples, no sentido de não estarem tão familiarizados com as tecnologias, que tendem a serem dominadas pelos mais jovens. Mas vai servir de aprendizado”, aponta.
Outros malefícios impostos pela pandemia estão ligados aos personagens que decidem as eleições. Detiana suspeita que o pleito terá forte abstenção de votos, em razão do temor causado pelo vírus, além da defasagem dos profissionais envolvidos. “Muitos não irão comparecer. Especialmente àqueles que estão em grupos de risco. As pessoas não querem estar em meio a locais onde circulam milhares simultaneamente. Tememos até uma defasagem de mesários voluntários”, reflete a chefe do cartório, lembrando que até o momento não há indicações sanitárias por parte do TSE, que evitem aglomerações e estipulem métodos de higienização que diminuam o risco de transmissão durante a votação. Porém, Detiana revela que tribunal já estuda a dispensa da biometria. “Seria, na teoria, uma forma de ganhar agilidade na votação”, finaliza.