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Assaltante que roubou quatro vezes em Ivoti cometeu 5º roubo em Linha Nova

12/09/2021 - 17h43min

Moletom usado na ação da agência, mais pele de animal e perfumes roubados, foram achados na residência do assaltante (Créditos: Felipe Faleiro)

Por Felipe Faleiro

Região – O assaltante de 39 anos que cometeu quatro roubos em Ivoti também teve envolvimento em uma quinta ocorrência, em Linha Nova, no começo deste ano. O modus operandi foi o mesmo tanto neste, quanto nos demais assaltos pelo qual ele é suspeito, e que cometeu depois, duas vezes em fevereiro, uma em abril e outra no início de agosto.

O caso de Linha Nova aconteceu na madrugada de 9 de janeiro. O homem invadiu uma residência na sede e inclusive agrediu uma das moradoras. Ele estava com uma faca na cintura, e inclusive a perdeu dentro do imóvel. Depois de pegar o dinheiro da casa, o assaltante fugiu de motocicleta, que não estava em situação de roubo ou furto.

Por isso, acredita-se que a moto pertencia a ele mesmo. Na ocasião, o criminoso morava na localidade de Bom Fim, interior de Bom Princípio, também no Vale do Caí. A Delegacia de Feliz realizou diligências, mas, na ocasião, o suspeito não foi localizado. O inquérito foi posteriormente remetido ao Fórum.

Polícia Civil chegou a divulgar retrato falado do homem, mas ele seguiu agindo (Créditos: Polícia Civil)

Elucidar a autoria da série de roubos que vieram depois foi um desafio para a Delegacia de Ivoti, mas, na semana retrasada, o homem foi finalmente preso. Ele estava na casa que alugava, um kitnet na rua José Führ, bairro Harmonia. Com ele, havia pertences de outros dos roubos cometidos anteriormente, como perfumes e uma pele de jaguatirica roubada da última casa.

Havia também um moletom, com o qual ele participou do mais recente assalto. Natural de Minas Gerais, o homem veio a Ivoti pois tem parentes no município. Mas teria iniciado no crime ainda antes. Ele tinha dois mandados de prisão expedidos pela Comarca de Ponta Porã/MS, também por roubo. Preso, disse aos policiais de Ivoti que chegou a percorrer países vizinhos, como a Argentina.

Geralmente, o homem entrava nas residências escalando muros ou paredes, e de forma sorrateira. Em alguns dos casos, as vítimas já estavam dentro do local invadido, enquanto em outros, elas eram surpreendidas. Nos três primeiros assaltos, ele estava portando uma faca, e na última, com uma arma de fogo, que não foi localizada.

Veja um dos assaltos cometidos pelo criminoso, em abril deste ano:

Como o assaltante invadia os locais

No primeiro caso, em fevereiro, no bairro São José, ele escalou uma parede e entrou pela janela da lavanderia. O casal, morador da casa, estava dormindo. Neste caso, ele levou objetos pessoais e dinheiro. No mesmo mês, houve o segundo assalto, no Centro, onde o homem subtraiu mais objetos das vítimas. A polícia encontrou no local uma bituca de cigarro, levada para perícia.

O terceiro foi em abril, em um estabelecimento comercial do bairro Harmonia. O assaltante quebrou um vidro e se cortou, para acessar uma janela. O sangue foi coletado, e também encaminhado para a perícia, mas, nos dois casos, o perfil genético não foi localizado. Neste caso, ele levou um celular, além do dinheiro. Câmeras de monitoramento chegaram a flagrar o momento do crime.

“Para elucidar os crimes, a ação das vítimas foi fundamental, por meio do reconhecimento pessoal do criminoso”

Em um dos assaltos, vítima sacou dinheiro, enquanto o assaltante (à direita), de touca e máscara, ficou esperando ao lado (Créditos: Divulgação/Polícia Civil)

Família refém e saques em instituição financeira

Diante das ocorrências, a Polícia Civil divulgou à comunidade um retrato falado do homem. Em comum, as vítimas disseram que ele tinha um sotaque pouco usual para a região, o que vai ao encontro da real característica do homem, não nascido no Rio Grande do Sul. Contudo, mesmo com a divulgação da provável identificação, inclusive em reportagens no Diário, ele não foi localizado.

No início de agosto, quatro meses depois do crime mais recente até então, o homem invadiu uma residência, também no Harmonia, e fez uma família inteira de refém durante toda uma noite. Durante a ação, ele foi a uma agência de uma instituição financeira, no Centro de Ivoti, e fez um dos moradores sacar dinheiro em um caixa eletrônico.

Vídeos em posse da Polícia Civil mostram o criminoso entrando na agência e, por vezes, aguardando ao lado da vítima, enquanto ela saca os valores. Pelo menos duas vezes o homem sai e retorna com um dos automóveis da família, um Ford Fiesta, carrega pertences das vítimas e vai embora da casa só às 11 horas do dia seguinte, com outro carro dos moradores, um Nissan Livina.

O veículo foi abandonado pouco tempo depois, no bairro Cidade Nova. Neste último assalto, o homem levou também dinheiro e celular. A polícia chegou até ele depois que um dos celulares levados na série de crimes foi habilitado por uma pessoa, que, ao contrário do que o Diário publicou ontem, não foi o assaltante. Mas, sim, alguém que disse ter comprado o aparelho dele.

Criminoso agiu sozinho nos assaltos

Ao contrário do crime de Linha Nova, onde o homem foi agressivo, nas demais ele geralmente se apresentava geralmente calmo. Ainda que as vítimas disseram, em depoimentos, que elas eram conhecidas dele de alguma forma, em razão de ele citar o nome delas, a Polícia acredita que o criminoso possa ter feito estas citações por tê-lo ouvido antes, durante a própria ocorrência.

Outra questão abordada na investigação foi a eventual participação de mais pessoas nos crimes. Durante alguns dos assaltos, o assaltante parecia falar ao celular e indicar que havia “comparsas” aguardando do lado de fora dos locais, mas há indícios de que isto se trate de blefe por parte dele, e não houve, de fato, outros envolvidos nas ações.

“Para elucidar os crimes, a ação das vítimas foi fundamental, por meio do reconhecimento pessoal do criminoso”, afirmou a delegada Michele Mendes Arigony. Sem obter resultados do perfil genético, elas foram chamadas a reconhecer o assaltante na própria Delegacia de Ivoti, que conta com uma sala específica para isto. Por ora, as diligências seguem, a fim de fechar outras lacunas.

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