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Aulas presenciais da rede pública municipal, com exceção dos 9ºs anos, não deverão retornar esse ano na região

24/09/2020 - 15h16min

Tânia da Silva, prefeita de Dois Irmãos e presidente da Amvars. (foto: Divulgação)

Por Cleiton Zimer

Região – Prefeitos que integram a Região 7 definiram por suspender até o final do ano a retomada das aulas presenciais na rede pública municipal, com exceção de turmas de 9ºs anos que deverão ser contempladas com calendário específico a ser definido. O assunto foi uma das principais pautas do encontro realizado na manhã de quarta-feira, 23, pela Associação dos Municípios do Vale do Rio do Sinos – Amvars.

Os prefeitos também discutiram sobre flexibilizações relacionadas aos eventos esportivos sobre os quais deverá haver um calendário de retomada gradual envolvendo modalidades e tipos de espaço físico. Reféns das constantes mudanças de bandeiras impostas pelo MDC, encaminharam pedido de audiência com o governador Eduardo Leite. No encontro pretendem sugerir a revisão do atual modelo vigente e também no período entre as atualizações de bandeiras.

“A forma que está é inconcebível. Não podemos mais conviver com essa troca de bandeiras, essa instabilidade. É impossível qualquer tipo de organização pública ou privada, se ficarmos reféns da mudança de bandeiras. A Região 7 representa um dos maiores PIBs do Estado e merece maior consideração nesse momento tão difícil que vivemos”, enfatiza a presidente da Amvars Tânia da Silva, prefeita de Dois Irmãos.

Depois de 10 semanas em bandeira vermelha a R7 migrou para a laranja no dia 31 de agosto, quando iniciou a discussão dos protocolos para essa cor. De lá para cá voltou para a vermelha, para a laranja e retornou à vermelha, onde permanece junto com mais três das 21 regiões do MDC.

Confira alguns encaminhamentos do encontro:

PROTOCOLOS: Os protocolos de cogestão para bandeira vermelha da R7 serão todos revisados. Intenção é flexibilizar tudo que for possível até o limite da bandeira laranja, conforme estabelece o Modelo.

EDUCAÇÃO: aulas presenciais das redes municipais não retornam em 2020, com exceção de turmas de 9ºs anos que deverão ser contempladas com calendário específico a ser definido. Para a rede privada haverá reunião nos próximos dias.

ATIVIDADES ESPORTIVAS: construir um calendário de retomada gradual e regional que avaliará critérios como tipo de atividade e locais. Tendência é para flexibilizações iniciarem por jogos em ambiente aberto.

LEITOS UTI: embora agravada pela pandemia os prefeitos entendem que a falta de leitos de UTI é um problema histórico no Estado e sem perspectivas de solução. Sugerem que a Central de Regulação de Leitos do Estado distribua as baixas hospitalares de forma macro para não sobrecarregar uma microrregião. “O RS como um todo está em bandeira laranja, o que pressupõe uma situação mais tranquila no que diz respeito às internações. Esse gerenciamento da distribuição das vagas poderia ajudar a todos, principalmente regiões como as nossa, de população mais numerosa”, avalia.

GOVERNADOR: Envio de documento ao Governo do Estado solicitando audiência com o governador Eduardo Leite e o Gabinete de Crise. Como a curva de contaminação pelo coronavírus sofreu alterações nas últimas semanas, estando mais estável, entendem imprescindível rediscutir o modelo e os critérios em vigor desde maio.  Um dos pedidos diz respeito às atualizações de bandeiras que, entendem, deveria passar para periodicidade quinzenal e não semanal como ocorre. Também querem sugerir mudanças no fluxo relacionado às atualizações. “O atual modelo ficou inviável. Na sexta o governo anuncia a bandeira, no sábado e domingo ficamos correndo atrás de dados e recursos para na terça termos os retornos dos recursos e só então publicarmos os decretos municipais que muitas vezes passam a valer na quarta ou na quinta. Quando chega a sexta, o governo atualiza novamente a bandeira. Ou seja, quando estamos reunidos para discutir os protocolos de uma bandeira, somos surpreendidos com outra. Não há prefeitas e prefeitos que sobrevivam a essa pressão. Estamos oscilando como os indicadores de um eletrocardiograma”, exemplifica Tânia.

 

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