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Bandido “perneta” participa de sequestro que começou em Estância e terminou em Ivoti

09/09/2020 - 08h18min

Atualizada em 09/09/2020 - 08h19min

Vítima foi libertada na rua Monte Fuji, na Colônia Japonesa, por volta das 22 horas (ISAÍAS RHEINHEIMER)

Estância Velha/Ivoti – Uma suposta dívida de R$ 10 mil, que seria “coisa do vizinho”, é o ponto central de um sequestro relâmpago que teve um estanciense como alvo. O crime, que aconteceu na noite desta segunda-feira, começou no bairro Rincão dos Ilhéus, em Estância Velha, e terminou em Ivoti, na Colônia Japonesa. Um detalhe que pode ser determinante para elucidar essa história é que um dos criminosos não tem uma das pernas.

O morador de 45 anos foi raptado por quatro homens, que estavam armados com um revólver, por volta das 20 horas. Ele conta que estava em casa, na rua Visconde de Ouro Preto, quando os bandidos arrombaram o portão principal do imóvel e o renderam quando espiou por uma janela veneziana. Logo na chegada, os criminosos avisaram que estavam ali para cobrar uma dívida de R$ 10 mil. O morador alegou que não tinha esse dinheiro em casa e que não era a pessoa que estavam procurando.

O alvo dos marginais, segundo a vítima, é um vizinho seu que supostamente teria relação com o tráfico de drogas. Entretanto, a explicação do homem não fez com que os bandidos desistissem do crime. A vítima teve as mãos amarradas e foi levada como refém para que os criminosos fizessem uma varredura em suas contas bancárias para confirmar a informação.

Primeiro pararam na agência do Sicredi, que fica 500 metros distante da sua casa, onde sacaram R$ 1.100 da sua conta. Depois, seguiram até o bairro Roselândia, em Novo Hamburgo, onde rodaram por certo tempo até que pararam no posto Sapatão, na BR 116, e fizeram compras na loja de conveniência com o cartão da vítima. Posterior, levaram o estanciense até Ivoti, onde ele foi libertado.

Os criminosos estavam em um Fiat Pálio prata. Além do dinheiro sacado, os criminosos também levaram uma TV 40 polegadas da casa da vítima, um relógio de pulso, documentos pessoais e seu aparelho celular.

AMEAÇA DE MORTE

O estanciense informou à polícia que foi ameaçado de morte caso não conseguisse mais dinheiro, e só foi libertado depois que conseguiu contato com seu primo e o convenceu de depositar R$ 2.000 em sua conta corrente. Embora os bandidos não tenha conseguido fazer o saque, ficaram com seu cartão de crédito e senha bancária. A vítima foi libertada às 22h30, na rua Monte Fuji, na Colônia Japonesa.

“Disse que queriam cortar suas mãos”

Assim que se viu livre dos marginais, o estanciense correu pela estrada Monte Fuji e parou na primeira residência com luz acesa. O morador Colônia Japonesa que ajudou a vítima conta que estranhou ao ouvir alguém batendo palmas em frente ao sua residência às 21h50, mas decidiu atender. Ao abrir a porta, encontrou o estanciense do lado de fora do portão implorando por ajuda.

Segundo a testemunha, que pediu para não ter o nome divulgado com medo de represálias, o homem informou que havia sido vítima de um roubo e que precisava voltar para Estância Velha. “Ele estava com uma cordinha amarrada em um dos pulsos e dizia que os marginais queriam cortar suas mãos”, relatou.

Receoso de que pudesse sofrer um assalto, o ivotiense disse que permaneceu distante da vítima e tentou tranquilizá-la enquanto acionou a Brigada Militar. “Ele estava bem confuso, não falava coisas coerentes. Disse que conseguiu saltar do carro dos bandidos ali embaixo, nas taquareiras, mas não ouvi subir ou descer carro aquela hora por aqui”, relatou a testemunha.

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