Conecte-se conosco

Destaques

Bar da Lori fecha após décadas de atuação no Vale Direito, em Dois Irmãos

07/12/2021 - 09h58min

Nesta terça-feira, 7, ocorre o encerramento das atividades

Bar completou 30 anos em novembro

Carla Fogaça

Dois Irmãos – O famoso ‘Bar da Lori’ vai fechar após 30 anos de atendimento prestado à comunidade do bairro Vale Direito. Nesta terça-feira, 7, é o último dia para aproveitar o local de portas abertas e, com isso, ficará o Bairro carente de Armazém e Bar.

Logo que abriu o estabelecimento, em novembro de 1990, se vendia de tudo. “Tínhamos desde pizza, carnes, materiais para escola, salgadinhos, bolachas e bebidas”, conta a Sueli Wingert, nora de dona Lori. O bar era cuidado pelo casal Lucia Loria Wingert, 85 anos, conhecida como Lori e, o já falecido, Walter Wingert, que se revezava entre as tarefas na roça e os atendimentos no armazém.

Atualmente o bar supria os moradores da redondeza com diversos itens, como bolachas, linguiças, pães, alguma coisa de material escolar e bazar, além, claro, das bebidas em geral. “Depois daqui, o estabelecimento mais próximo é o supermercado no bairro União”, diz Sueli.

Sonho antigo

De acordo com Sueli, ter um armazém era um desejo antigo de dona Lori. “A avó dela tinha um bar em São José do Herval e ela foi influenciada. Antes de abrir o dela, ela vendia em casa, coisas básicas como, açúcar, erva e alguns cadernos e lápis”, conta.

Ainda de acordo com a nora, o bar era tudo para dona Lori. “Ela vivia para o bar. Adorava estar junto com os clientes. Eu estava grávida e ajudava cuidando do armazém durante o dia. Eles chegavam da roça e vinham para cá à noite”, reforça.

“O bar era tudo para dona Lori”

O sonho que chega ao fim

O fechamento do estabelecimento mexeu com todos que frequentam o local. Para o cliente Mauro Kolling, mais conhecido como Chuphim, é uma pena não ter mais. “Aqui é o único lugar que a gente pode praticar o alemão. Temos amigos que se encontram todos os dias. Vai ser difícil ficar sem”, explica Chuphim, que frequenta o bar quase todos os dias desde que abriu.

O aposentado Jorge Poll, também não está contente. “Eu frequento isso aqui desde que abriu, são anos! Aqui a gente fez amizades, o lugar é privilegiado com muita sombra. Era nosso ponto de encontro”, destaca.

Em maio deste ano, dona Lori teve dois AVCs, deixando-a impossibilitada. “Ela está acamada, não está lúcida e precisa de cuidados especiais. Meu marido, filho dela, Neuri Wingert, nunca quis cuidar do bar e como já estávamos há um tempo ajudando, chega uma hora que cansa. Então decidimos fechar. Ele era mantido aberto porque era uma ocupação para ela”, explica.

Sueli e Neuri tomavam conta do bar

Momentos quem vão para história

O bar abria, até então, de domingo a segunda. E em fim de semana tinha muito churrasco e competição interna de jogo de carta e snooker. “Todo mundo vinha para cá, era muita festa e a Lori adorava”, reforça Sueli.

Bar era ponto de encontro de amigos

De bar à Escola

O prédio que ficava o bar foi alugado para a Prefeitura, onde será reformado e servirá de ampliação da Escola Professor Carlos Rausch. Segundo a secretária de educação Denise Maldaner, a licitação sairá dia 14 e o local passará por reformas e adaptações necessárias. “Serão duas novas salas de aulas que atenderam quatro turmas, duas pela manhã e duas pela tarde”, afirma.

O que dizem os clientes do bar:

 “Não gostei muito de saber que ia fechar, mas fazer o que? Desde que abriu eu venho aqui e fiz muitas amizades e muitos jogos, muita festa. Fez parte da minha vida”.

Jorge Poll, 56 anos, aposentado.

 “Eu comprei minha primeira régua e caderno com a Lori, na casa dela. Depois quando abriu aqui eu vim com meu pai e então frequento até hoje, vai ficar muitas lembranças”.

Marcos Schneider, 50 anos, industriário.

 “Tive uma falha no meio do caminho porque morei em Novo Hamburgo, mas venho todos os dias, duas vezes ao dia. Vai fazer muita falta é muito triste ver o bar fechar”.

Mauro Koliing, 66 anos, classificador de couro.

 “Faz uns 10 anos que eu venho aqui, praticamente todos os dias. Muitas amizades boas, não tenho nem o que falar! O fechamento não podia acontecer, vai fazer falta no Vale”.

Rodrigo Staudt, 38 anos, agricultor.

Conteúdo EXCLUSIVO para assinantes

Faça sua assinatura digital e tenha acesso ilimitado ao site.