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Baterista do Nenhum de Nós doa traje histórico a Nova Petrópolis

15/10/2021 - 16h22min

Atualizada em 16/10/2021 - 21h24min

Sady ao lado dos trajes usado em seu casamento (Créd.: Dário Gonçalves)

Nova Petrópolis – O baterista da banda Nenhum de Nós e mestre cervejeiro, Sady Homrich, fez uma importante e simbólica doação para o Museu Municipal, localizado no Parque Aldeia do Imigrante na tarde de quinta-feira, 14. Os trajes tipicamente alemães usados por ele e sua esposa, Mari, há 30 anos em seu casamento, ficarão agora expostos ao público.

Sady é natural de Porto Alegre e se casou com Marilene, de Santa Maria, em 3 de agosto de 1991. Pelo fato de ambos terem origens germânicas, decidiram usar trajes típicos durante a cerimônia. E para isso, o vestido de Mari e o terno de Sady foram confeccionados em Nova Petrópolis pela senhora Eredi Heumann, conhecida simplesmente como “Frau”. Ela é a fundadora da Trachtenhaus, atelier especializado na confecção de trajes típicos, e contou com a ajuda da bordadeira Leana Thile e a costureira Marli Schuck.

O músico se emocionou ao chegar (Créd.: Dário Gonçalves)

As roupas permaneceram com o casal por quase três décadas. No entanto, em fevereiro deste ano, Mari acabou falecendo. Sady então resolveu dar um novo destino aos trajes e contatou Frau para saber se ela teria interesse. “Nada mais justo que voltarem de onde vieram”, disse o músico. Frau prontamente aceitou e indicou o Museu do Parque Aldeia do Imigrante como o local perfeito de exposição.

De volta às origens

Sady esteve acompanhado de familiares e do amigo e companheiro de banda Thedy Correa, vocalista do Nenhum de Nós. Ao entrar no Museu, conduzido por Frau, Sady contemplou os trajes e em seguida ambos contaram um pouco da história. “Quando você telefonou perguntando o que fazer com o traje, foi uma das maiores emoções da minha vida. Fazem 30 anos que eles foram confeccionados, foi uma festa muito linda […] e para nós é uma grande honra termos recebido esse traje de volta às suas origens”, agradeceu Frau.

O consultor de revitalização do Parque, Cláudio Webber, disse estar muito feliz pela doação e prometeu criar um espaço bonito e merecedor do traje. “Eles estão expostos aqui provisoriamente porque acabaram de chegar, mas certamente faremos um arco muito bonito, contando a história e suas origens. Muito obrigado”.

Mari e Sady no casamento (Créd.: Divulgação)

Homenagens

Ao lado dos trajes, foi colocada uma placa onde consta uma foto do casamento de Sady e Mari usando os trajes. Acima da foto, constam ainda dois depoimentos, um de Sady e outro de Thedy Correa, escritos logo após a morte de Mari. No texto do baterista, ele fala sobre como conheceu a esposa, por intermédio de sua prima Melly, que esteve presente, e um pouco de suas histórias.

“Ela escolheu o tema da festa de casamento e descobriu uma fada que realizava desejos, em Nova Petrópolis. Foi uma festa inesquecível no dia mais frio do ano de 1991. Naquele 3 de agosto entramos no salão vestindo trajes de casamento da região de nossa família na Alemanha. A Frau pesquisou, encontrou os tecidos adequados, cortou e costurou com uma riqueza de detalhes que nos emocionou. Trinta anos depois, esses trajes voltam a Nova Petrópolis. A distância não muda o sentimento”, diz parte do depoimento de Sady.

Já o testemunho de Thedy conta como o casal se conheceu e como Mari foi ao longo da vida, inclusive a força e lição que passou quando adoeceu. “Como baixar a cabeça para o mundo, quando a Mari andava de cabeça erguida, mirando o céu e as estrelas? Ela tinha ao seu lado tudo o que precisava. Um companheiro incansável, carinho constante e um amor sem limites. Sady conduziu os últimos anos da Mari como ela mereceu: como uma rainha”.

Os dois textos foram lidos por Thedy, causando emoção aos presentes. Ao final, um forte abraço entre os dois.

Celebração

Sady e Mari teriam completado 30 anos de casados no último dia 3 de agosto. E mais recentemente, no dia 7 de outubro, o Nenhum de Nós celebrou 35 anos de banda. Como forma de celebrar, os músicos lançaram o espumante Mari. Sady levou uma garrafa para a Aldeia e dividiu com os convidados, fazendo um brinde à esposa.

À Mari (Créd.: Dário Gonçalves)

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