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Bióloga de Dois Irmãos explica como evitar o surgimento de animais e insetos em casa

22/02/2021 - 17h55min

Bióloga Ivana trabalhou 12 anos no Departamento do Meio Ambiente e está há mais de 10 na Secretaria de Educação. (Foto: Rogério Savian)

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Rogério Savian

Dois Irmãos – Moradores do Centro e também dos bairros mais afastados relatam o aparecimento de ratos, cobras, morcegos, aranhas, baratas, moscas, mosquitos, lagartos e gambás em quantidade maior do que em anos anteriores. A bióloga e coordenadora de educação ambiental da Secretaria de Educação, Ivana Soligo Collet, explica que cada animal ou inseto tem sua importância na natureza. Quando ocorre um surgimento anormal é porque houve um desequilíbrio na cadeia alimentar. “As pessoas sempre tem mais medo da cobra do que do rato. Mas sempre digo que prefiro ter uma cobra no meu pátio do que um rato. A cobra só vai atacar se você agredir ela. Pica para se defender e não para se alimentar da gente”.

Ivana trabalhou 12 anos no Departamento do Meio Ambiente e há mais de 10 está na Secretaria de Educação. Atualmente faz palestras em sala de aula e também formação para mais de 300 funcionários (professores e serventes) nas 13 escolas da rede municipal, incluindo o Projeto Global. Também coordena o Projeto Monitores Ecológicos, criado em 2000, e que ocorre no contraturno. Os monitores, que são estudantes da rede municipal, recebem a formação e tem a missão de serem multiplicadores do conhecimento sobre meio ambiente em seus bairros e escolas. O projeto foi criado quando Ivana era professora na Escola Paulo Arandt. “Os meus olhos brilham porque esse é um projeto idealizado por mim enquanto professora. A educação se faz com exemplos e não com palavras”.

Ela também cita que um grande exemplo dessa preocupação ambiental é a coleta seletiva. “Hoje de cada 10 pessoas, 7 já separam o lixo. Isso acontece porque as pessoas são educadas e entenderam que a gente tem um trabalho de 26 anos”. Esse cuidado todo com o lixo ameniza problemas de saúde porque se tem menos lixo na rua, no bueiro, no rio. Isso reflete em mais qualidade de vida. “Existe a responsabilidade da Prefeitura no controle desses insetos e também uma parcela do cidadão”. Dúvidas podem ser obtidas na secretaria sobre animais (51) 3564-8830.

Integrantes do Projeto Monitores Ecológicos durante passeio em novembro de 2019. (Foto: Divulgação/PMDI)

Ratos

No caso dos ratos são dois os motivos que favorecem sua proliferação: 1º a extinção do inimigo natural dele, que é a cobra. Com a destruição da vegetação, construções, elas foram se afastando da cidade para as regiões de mata, o que possibilitou que ganhassem espaço. O 2º é o crescimento da demanda de comida que eles encontram nos bueiros. A preocupação enquanto saúde para o município é que o rato transmite doenças como a leptospirose.

Baratas

A explicação para o aumento populacional das baratas está relacionada à fartura de alimento que sai das casas atrás da rede de esgoto. Outro fator que contribui para seu desenvolvimento é a escassez de predador natural. Os pássaros comem baratas, mas a maioria deles dorme à noite, quando elas saem. O município acaba tendo de intervir com a aplicação de inseticida nos bueiros.

Lagartos

Lagartos na área urbana tem sido frequentes. No Vale Verde as visitas são comuns segundo os moradores. Na Rua Rui Barbosa, no Navegantes, próximo à Associação de Moradores, também é comum encontrá-los. Na Praça do Imigrante tem um lagarto que há anos é visto caminhando entre os visitantes. Segundo Ivana, o lagarto não oferece perigo ao ser humano pois se alimenta de frutas, ovos e alguns insetos. São animais silvestres, mas que devido ao pouco território disponível acabam acostumando a viver na área urbana. “O bom é que as pessoas estão aprendendo a respeitá-los e não maltratá-los”.

Morcegos

 A bióloga afirma que não há motivos para ter medo dos morcegos encontrados na área urbana porque geralmente são os que se alimentam apenas de frutas e ainda por cima são importantes porque fazem a dispersão de sementes. Os morcegos que se alimentam de sangue costumam viver em cavernas e áreas mais afastadas. Apesar de não transmitir a raiva, é importante tomar cuidado porque mesmo os frutívoros podem causar problemas respiratórios devido a um fungo presente nas suas fezes. “No geral os morcegos são bons. Basta respeitar o espaço deles”.

Mosquitos

Esse ano foi percebido um aumento na quantidade de mosquitos e para tentar reduzir a proliferação a orientação é observar se existe água parada nas imediações. Os inimigos naturais deles são os anfíbios como sapos, rãs e pererecas. Mas como no Centro não tem área de banhado acaba dificultando sua presença e o mosquito sai na vantagem. Uma fêmea bota de 300 a 400 ovos a cada postura. Os agentes da Vigilância Sanitária visitam as residências para orientar os moradores.

Moscas

O pássaro é o principal inimigo natural. Também tem a galinha, que come ainda quando são larvas. Elas proliferam mais em épocas de calor e quando são colocados estercos nas lavouras, se o mesmo não estiver bem seco. Também é importante observar o acondicionamento do lixo orgânico e quem faz compostagem.

Gambá

O conflito que existe na cidade com o gambá é porque eles resolvem ficar no telhado e saem somente à noite. Se alimentam de frutas e verduras. Não são peçonhentos. Para evitar sua presença a orientação é fechar os acessos cortando os galhos próximos à casa ou colocar armadilhas para depois soltá-los no mato.

Pombas

O maior problema é que elas transmitem doenças. É proibido matar, mas existem métodos que espantam. Elas se alimentam de insetos e frutos. “A gente precisa entender que invadimos o espaço dessa bicharada. Eles estavam muito antes da gente e precisamos aprender a lidar com esses conflitos. Eles precisam estar ali por alguma maneira porque todo animal tem uma importância na cadeia alimentar. Se matar um terá desiquilíbrio no ecossistema”.

 

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