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Casa antiga resguarda mais de um século de história em Santa Maria do Herval
Por Cleiton Zimer
Santa Maria do Herval – As paredes já estão velhas, os sinais de desgaste mostram que a ação do tempo é suprema. Mas, mesmo assim, a velha casa em estilo enxaimel da família Dilkin e Kunzler, na localidade de Padre Eterno Alto, continua em pé e, em cada detalhe permanece o cuidado que preserva uma história que já tem mais de um século.
Ninguém mais mora no local e, hoje, ela ainda é usada como casa de veraneio. Dentro dela ainda permanecem alguns móveis que pelas características indicam ser tão antigos quanto a própria residência. Seu Ildo Dilkin, de 65 anos, é um dos mais novos dos 11 irmãos e seus pais já são falecidos. Ele morou na casa até os nove anos, quando se mudou para Novo Hamburgo com a família, onde se aposentou trabalhando na indústria calçadista.
Ele explica que seu pai passou a morar naquela casa quando este tinha 18 anos. “Ele nos contava que ela já existia há muito tempo quando se mudou para cá, então, ela tem mais de 100 anos, com certeza”, afirmou. Ele explica que nas suas vindas para Padre Eterno Alto busca reformar a casa, “fazendo alguns remendos”, tentando sempre manter a característica original.
Submergindo na história
A casa possui uma varanda e duas portas de entrada. Uma dá acesso diretamente para a cozinha e outra, para a sala de estar. A cozinha é um cômodo médio, mas, a sala, é grandiosa. Seu Ildo conta que, antigamente, o local chegou a ser usado como salão de baile. Logo ao fundo têm três quartos – com camas, baús e armários antigos e, num deles, há uma escada que leva ao sótão. “Tinha uma época em que as pessoas pernoitavam na casa uma das outras e, às vezes, dormiam aqui em cima”, relembrou ele. Já no porão, as lembranças também surgem. “Fazíamos muito fumo lá em baixo”, diz Ildo, relembrando do tempo em que eram agricultores.
Ele também conta que ao lado da casa existia um outro cômodo, que chegou a ser usado como cozinha quando aconteciam os bailes e as festas, mas que foi demolido há muitos anos, antes mesmo dele nascer.
Lembranças que não se perdem
Enquanto caminha pela casa mostrando cada detalhe, Ildo relembra das histórias vividas mesmo que somente tenha morado ali até os nove anos. “Às vezes eu chego a chorar quando vejo que está tudo meio abandonado, porque isso aqui é a história da minha família, de toda ela”, afirma.
Três dos seus irmãos já estão falecidos e uma mora perto, do lado de baixo da antiga casa. “Os outros estão por aí, morando em diferentes lugares, mas a origem foi aqui. Saímos daqui; tudo começou aqui”, reflete ele, dizendo que o que mais lhe encanta é o carinho que sua falecida mãe tinha pelo lugar. “Por isso não quero que essa história se perca”.