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Casal de Dois Irmãos investe no cultivo de morangos em estufas

28/04/2021 - 07h00min

* por Fábio Radke 

Dois Irmãos – Uma história de dedicação ao cultivo de morangos e uma lição de vida têm como protagonistas, o casal Marlise, 54, e Valdemar Perete, de 61 anos. Pais de quatro filhos, os dois deixaram o trabalho com esquadrias de lado e voltaram suas atenções a lida do campo. Um sítio em Picada Verão foi o local escolhido para o plantio de frutíferas, o capricho com flores e jardins e a criação de animais. Já fazem oito anos que a propriedade rural, que inclusive conta com uma casa enxaimel centenária, virou o lar da família. O carro-chefe da produção agrícola surgiu há dois anos, com o começo do cultivo de morangos no sistema semi-hidropônico em estufas.

O método consiste na produção coberta em cima de bancadas. As mudas da variedade Albion, em sua maioria, são plantadas em sacos plásticos,  mais conhecidos como slabs, preenchidos com substratos. “É uma terapia para mim. Entro aqui de manhã e saio perto do meio-dia, volto depois e só saio de tardezinha. O trabalho é bem menos desgastante do que o plantio no chão”, destaca Marlise. Ela também é responsável por um minucioso controle manual da qualidade das mudas. Assim que uma folha apresentar qualquer sinal de presença de fungo ou inseto, ela é arrancada e descartada pela produtora. As folhas são jogadas em um açude para impossibilitar a proliferação.

Segundo o casal, não é utilizado nenhum agrotóxico nas estufas. O marido Valdemar explica que, atualmente, o sítio já conta com três estufas com em torno de 8 mil mudas distribuídas pelas fileiras de bancadas. “As mudas ficam a uns 80 centímetros do chão. Aqui o controle e cultivo são mais fáceis. Não nos desgastamos”, assegura. Além do manejo facilitado no sistema semi-hidropônico, o fato do morango ficar mais afastado da umidade e de chuva também são apontados como vantagens.

Variedade Albion amadurecendo em uma das estufas

Auge da produção

De acordo com os produtores, o auge da produção de morangos acontece entre os meses de setembro a março. “Nós chegamos a colher em torno de 70 quilos por semana nesse período. São em torno de 35 quilos por tirada. Uma na segunda e outra na quinta. Hoje não conseguimos abrimos mais mercados por que não temos frutas o suficiente”, contabiliza Marlise.

Os morangos da família Perete são comercializados para confeitarias e a domicilio em Dois Irmãos. “Os principais consumidores são crianças e idosos”, acrescenta. Valdemar destaca que os slabs (sacos para plantio) são adquiridos no município de Feliz. O técnico responsável pela assistência ao casal também é daquele município. “Estamos fazendo um teste agora com a variedade San Andreas. Adquirimos e plantamos cerca de duas mil mudas”, disse. O plantio de cana-de-açúcar, pasto e bananeiras em torno das estufas também protegem as plantas e funcionam como quebra-ventos.

Estufas protegem morangos dos ventos são fechadas

Água disponível

O funcionamento do sistema de irrigação nas estufas de morango necessita de disponibilidade de água. Um açude com diferentes variedades de peixes e frequentado por patos garante os volumes necessários para o abastecimento do tanque. A própria água já chega a um reservatório com a presença de matéria orgânica a partir da presença dos animais dentro do ecossistema aquático. A produtividade necessita ainda um reforço de fertilizantes que são adicionados na estrutura montada em torno de uma caixa de água com motores de bombeamento. Cada fileira presente na estufa possui uma torneira para a regulagem da irrigação por gotejamento em cada um dos sacos com as mudas.

Valdemar junto ao equipamento de irrigação

História de amor

O casal também precisou de união para enfrentar uma adversidade relacionada à saúde. Marlise há alguns anos adoeceu necessitando do transplante de um rim. “Ele é meu parceiro em tudo. Ele fez a doação do rim dele. Ficou em família”, disse emocionada. A produtora revela que, recentemente, realizou todos os exames e está bem de saúde. A vida no sítio e o trabalho com os morangos, segundo ela, ajudam com a atual qualidade de vida. Os dois também cuidam juntos dos animais da propriedade e cultivam outras frutas, entre elas, as nozes recolhidas no pátio.

Companheirismo é muito presente na vida do casal

Alegria dos netos

Os netos também adoram visitar os avós e brincar no gramado da propriedade. Segundo os avós, os pequenos degustam os morangos frescos diretamente nas bancadas das estufas. O trio presente na fotografia são a Sofya, de 9 anos, Rafael, 4, e Alice, de 2. A diversão da turma está garantida nos momentos juntos em meio a natureza. Curiosos com a presença da reportagem, as crianças realizaram muitas perguntas sobre o funcionamento do equipamento de fotografia.

Criançada se diverte com os avós no sítio

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