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DIÁRIO RURAL: Casal de Lindolfo Collor se dedica há 70 anos ao plantio de hortaliças

02/06/2021 - 14h44min

Atualizada em 02/06/2021 - 14h49min

O legado de amor ao trabalho é deixado para todos descendentes

 

Por Cândido Nascimento

 

Lindolfo Collor – Desde muito pequenos Lauro e Nila Erhart, têm a dedicação exclusiva às lidas do campo, na sua propriedade familiar rural, na localidade de 14 Colônias. Ele, com 78 anos, e ela, 77, lembram que eram crianças e faziam pequenas atividades rurais para ajudar os pais, e hoje seus netos ajudam a tocar o negócio que, no futuro, estarão à frente.

É Lauro quem lembra que comprou uma área de 20 hectares junto com o irmão José, e mais tarde mais nove hectares foram adquiridos. “Nós compramos aquela primeira terra do Olavo Fey, e depois a seguinte do Ervino Petry”, explica Lauro, cujos pais, Jorge e Maria também eram trabalhadores rurais, sendo ele de 14 Colônias ela de Linha Nova.

 

 

“Era com a força braçal”

Já dona Nila, conta que o pai chamava-se Luiz Alberto Würzius e a mãe Ledwina Maria. Ambas famílias trabalhavam no sistema de subsistência nas respectivas propriedades. Em geral era plantado milho, aipim, cítricos e arroz. “Era uma época que se plantava menos, era tudo manual, e usavam mais a força do homem e a dos bois, mas hoje temos as máquinas. O que a gente plantava em um ano inteiro, hoje plantamos em meio-dia”, conta.

 

 

Casal não olha para a idade e ainda trabalha na roça com mais de 70 anos (Crédito: Cândido Nascimento)

 

 

Alfaces eram levadas nas bodegas

segundo as memórias de Lauro, o pai levava as alfaces para serem vendidas em uma antiga bodega que existia em frente a Sociedade 48 Baixa. Naquela época não existiam as fruteiras, e a família não tinha caminhão.

A gente fazia muita coisa manualmente, depois que o pai passava os bois, se tirava a palha do solo, mas hoje passa o trator, e logo tudo fica pronto para o plantio. Pensando bem, era uma época bem mais difícil do que hoje”, comenta Nila.

 

 

As plantações formam uma bela paisagem com os montes ao fundo (Crédito: Cândido Nascimento)

 

 

O que plantam nos dias atuais

 

O casal planta atualmente na sua propriedade familiar: aipim, a variedade pesseguinho (ou vassourinha), mas tem alguns pés de Santo Ângelo. Além disso tem laranja do céu e laranja para suco, bergamotas poncan, montenegrina e Cahy e limão, além de Abóbora, milho e melão.

O primeiro trator foi comprado em 1.979, mas ele não é mais de Lauro, pois foi vendido a um cunhado, e permanece na 14 Colônias, sendo que em 1984, foram adquiridos dois Valmet modelo 1988, um deles com concha, que serve para carregar terra e esterco.

Depois de alguns anos de uso, o 1º caminhão foi transformado em dois carroções para o transporte das frutas e demais produtos das roças. Em 1.972 chegou o 2º caminhão, desta vez um F 350 (da Ford), que foi vendido.

Atualmente Lauro tem um F 4.000 com caçamba, também da Ford, que serve para levar esterco e maravalha (serragem), e para buscar esterco em criadores de aves, como é o caso do vice-prefeito Gilnei Prass, que é um parceiro, e atua na criação de perus.

A primeira caminhoneta, modelo 1.959 foi uma F350 (Ford). “Essa caminhoneta eu comprei dos padres de São Leopoldo e era muito valente mesmo para o serviço na roça, e eu fui mais de 32 anos para a Ceasa de Porto Alegre, e também de Novo Hamburgo, levando milho verde, laranjas e bergamotas”, explica o produtor.

 

 

O velho trator é o companheiro da lida diária do casal Erhart (Crédito: Càndido Nascimento)

 

 

Já são 54 anos de casamento

 

No mês de julho, Lauro e Nila completam 54 anos de casados. Eles tem cinco filhos e 11 netos. Ambos falam que se sentem muito felizes em trabalhar na roça, atividade que exercem desde a tenra infância.

E já deixam um legado para os mais jovens. “Nós já estamos na casa dos 77 e 78 anos, e até hoje gostamos de trabalhar na agricultura. Temos muitas lavouras, que muita gente não acredita, pois esse é o melhor ramo para nós”, explica Lauro.

 

GOSTO PELA POLÍTICA

 

Por considerar a importância da política na resolução dos problemas da localidade e do próprio município, Lauro Erhart já incentivou dois netos a ingressarem nesse meio, sendo que o primeiro, Wiliam Winck, foi vereador, prefeito, e já presidiu a Câmara, e agora outro neto, Wesley Erhart, foi eleito com apenas 20 anos e já presidiu a Câmara por uma semana, sendo o atual representante da 14 Colônias.

 

EXEMPLO PARA OS JOVENS

 

Lauro comenta que se não fosse o colono, o povo não teria comida na sua mesa, e que defende a permanência dos jovens na agricultura, assim como defende a participação política da parte deles, para que a comunidade tenha vez e voz. “´É muito bom, quando os mais novos demonstram esse interesse em permanecer na agricultura e gostam de ajudar”, conclui o produtor.

 

Casal é um exemplo para os mais jovens, pela saúde e determinação (Crédito: Cândido Nascimento)

 

Importância do financiamento e incentivos

Lauro é associado há vários anos à Cooperativa Sicredi, onde movimenta a sua conta. Ele comenta que já utilizou de um financiamento uma vez. Na sua opinião a grande vantagem são os juros altos. “O juro baixo é bom e beneficia os colonos”, esclarece o empreendedor rural.

 

INCENTIVOS RURAIS

Existe o Programa de Incentivos ao Trabalhador Rural no município, cujos benefícios são determinados pelos próprios produtores no Fórum da Agricultura. Como veio a pandemia, houve dois adiamentos seguidos, mas os incentivos permanecem no repasse de óleo, adubo, entre outros, repassados pela Secretaria da Agricultura do município.

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