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Cascatinha Johhan Grings não é mais considerada atrativo turístico em Nova Petrópolis

31/01/2022 - 17h52min

Queda D’água fica próximo à ERS-235 e atrai visitantes por sua história (Foto: Gian Cristiano Wagner)

A cascatinha Johhan Grings, que fica na Linha Imperial, não é mais considerada um atrativo turístico de Nova Petrópolis. A informação foi confirmada pela Prefeitura quando questionada sobre o abandono do local, assunto levantado entre moradores e visitantes que chegam a procurar a vizinhança para questionar porquê o local foi abandonado pelo poder público. A Prefeitura disse ainda que não tem intenção de restaurar o local. A cascatinha fica na Rua da Pedreira, há poucos metros da ERS-235.

A falta de manutenção do local já estava chamando a atenção dos visitantes desde 2018, situação que só tem piorado desde então. Aírton Santos, que morava próximo ao local há quatro anos, comentou que o ponto turístico já estava abandonado pelo poder. O visitante Rogério Kulinski também esteve no local há dois anos e deixou sua avaliação no Google: “Bonita queda de água, local com uma história interessante, pena que bem largado”. Outro visitante que esteve no local na mesma época também comentou: “Um local importante de Nova Petrópolis, como diz na placa afixada no local, não pelo tamanho da queda d’água, mas pela sua história, mas está totalmente abandonado. Os responsáveis precisam recuperar o local com urgência, a história não pode se perder assim”, disse Sidnei José Romano.

Com o tempo, a situação do local que contava com uma roda d’água mostrando como funcionava o moinho antigamente, as pedras que contam a história do local e a própria queda d’água pioraram. Há um ano, a turista Cassia Tauber esteve no local e comentou sobre poluição e mau cheiro. “Tem pouca água e normalmente é bastante poluída, inclusive com cheiro ruim. É pequena, porém gigante na história local. Todas as rochas e a roda d’água foram retiradas do local, as placas informativas estão precárias. Lamentável”, disse, “E é há uns 20 metros da rodovia principal”, concluiu referindo-se a facilidade de acesso aos visitantes que transitam entre Nova Petrópolis e Gramado.

 

Pedras mós em fotografia feita pela Prefeitura em 2013 (Foto: Arquivo/Divulgação)

PEDRAS FORAM RETIRADAS – As mais de dez pedras que contavam a história do do riacho e da cascatinha foram retiradas do local. Conforme a Prefeitura, quem tirou foi um morador, já que as pedras são propriedades particulares. Paulo Heylmann, conhecido pelo apelido de Goiabão, foi quem retirou as pedras. “Começou assim, a Prefeitura não tinha interesse em manter o local como ponto turístico e daí nós fizemos um pedido para trazer as pedras aqui no museu (que fica na mesma localidade)”, explica. “A ideia é fazer o ‘Caminho das Mós’, onde vamos fazer um caminho com as pedras com os dizeres em cima. Aí as pessoas vão caminhando e lendo, pra não se perder isso”, conta Heylmann.

Queda D’Água quando ainda estava conservada (Foto: reprodução/internet)

Um local de importância histórica
A Linha Imperial é um ponto inicial da colonização do que viria a ser Nova Petrópolis. Johann Grings, que batiza a pequena queda d’água, foi um imigrante alemão que se instalou na localidade e foi o segundo a comprar lotes no local, conforme o livro de registros. Na cascatinha, Grings descobriu um local abençoado que permitiu a instalação de um moinho em 1862. Em 1880 foi a vez da construção de uma serraria, que também funcionava com um moinho.

Com os anos o local se tornou um atrativo turístico e histórico na região. O local é citado em sites de pesquisa, portais de destinos turísticos e tem inúmeros registros de turistas que passam pelo local. Um dos últimos registros de manutenção do local foi em 2013, ainda no primeiro mandato do ex-prefeito Regis Hahn. Na época, a roda d’água não funcionava mais (atualmente sequer existe). Uma placa instalada no local, e que ainda existe, mas escondida atrás da placa que informa sobre a obra de asfalto na rua da Pedreira, diz: “A grandeza desta cascata não está no seu volume de água nem na sua altura, mas na sua importância histórica”. A frase resume como o local é visto pelos moradores mais antigos e pelas antigas administrações que cuidaram do espaço até chegar a situação de abandono que está hoje.

Pedras mós contam a história do local e hoje foram levadas a um museu (Fotos: Arquivo)

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