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Colorados falam sobre a expectativa de comemorar o título

21/02/2021 - 15h10min

Gerson, Guilherme, Laurindo, Adelar e André (Créd.: Divulgação)

Região – Depois de 41 anos de espera, mais algumas horas podem parecer muito pouco para a comemoração de um título de melhor equipe do país. No entanto, para os colorados, cada minuto atá a bola rolar e, se tudo der certo, o apito final coroar o Internacional como Campeão Brasileiro, lentamente, com o peso de quatro décadas sem a conquista. A ansiedade toma conta daqueles que há 10 anos não comemoram um título de relevância e há quatro não colocam nenhuma taça no armário.

Para muitos colorados, ver o Internacional ser campeão brasileiro será algo inédito, já que a última vez aconteceu em 1979, de maneira invicta, quando a equipe era liderada pelo ídolo Falcão. As gerações mais novas se acostumaram com as vitórias, viram um bicampeonato de Libertadores da América. Viram o time de Fernandão ser Campeão Mundial em cima do Barcelona de Ronaldinho Gaúcho. Viram o Internacional de D’Alessandro conquistar a Copa Sulamericana e reivindicar o título de “Campeão de Tudo”. Viram uma soberania estadual de seis títulos gaúchos consecutivos e 12 campeonatos dos anos 2000 para cá.

Mas viram também a queda inédita para a Série B e a volta para a primeira divisão atrás do América-MG. Viram goleadas históricas para o maior rival e 11 Grenais sem vitória. Viram o despreparo de direções, o luto por Fernandão e duas saídas de D’Alessandro. Foram golpeados de maneira inesperada ao perder a final da Copa do Brasil 2019 para o Athlético Paranaense e viram as esperanças indo embora com a saída de Eduardo Coudet.

Veio então Abel Braga, técnico campeão da América e do Mundo com o Internacional, e que recentemente tornou-se o técnico que mais jogos comandou a equipe. É também o único treinador a comandar o clube em cinco décadas diferentes, 70, 80, 90, 00 e 10. Após um início ruim, com eliminações na Libertadores e Copa do Brasil, o treinador ajustou o time e comandou o Internacional de volta à liderança, podendo ser coroado nesta tarde com o título de Campeão Brasileiro.

Expectativa

O torcedor de Nova Petrópolis, Gerson Holz, que nasceu no ano do último título brasileiro do Internacional, está reunido com a família na casa do sogro, no litoral. Os colorados já almoçaram e agora estão “calibrando” a expectativa com uma cerveja gelada pra ver a decisão.

Para Holtz, vencer o Brasileirão 2021 é muito significativo, pois a equipe passou a temporada entre altos e baixos, trocas de técnico, muitas lesões e, mesmo assim, sempre frequentou a parte de cima da tabela. “Estamos certamente ansiosos, pois 41 anos sem o título brasileiro mais importante, é inaceitável pra um clube da grandeza do Internacional. Em 2019 deixamos escapar a Copa do Brasil. É hora de acabar com o jejum”, comentou.

Em Ivoti, Guilherme Henrique Boufleur, torcedor do Internacional desde criança, hoje, aos 24 anos, conta que nos últimos dias não tem conseguido esconder a emoção em saber que o time do coração está próximo de, possivelmente, levantar uma taça que há anos não conquistam. “É um dos únicos títulos que não vi o Inter ganhar”, comenta.

Apreciador do esporte, o bancário afirma que tem o costume de acompanhar os resultados e as preparações do time e que, por isso, está ansioso para assistir ao jogo e contando com a vitória. Morador do bairro Vista Alegre, o torcedor aponta que normalmente o clima em casa é de uma “rivalidade boa”, já que sua esposa é gremista. No entanto, com o jogo de hoje valendo um título importante, o clima tem sido de maior tensão entre o casal.

Caso o Inter ganhe a partida de hoje contra o Flamengo e, por consequência, o campeonato – que não vence há 41 anos -, Guilherme acredita que a conquista poderá significar uma “uma retomada das vitórias”. “Fomos acostumados com títulos desde 2006 e é normal ficar um tempo sem, pois não se ganha sempre. Então, sabemos que, se não for agora, logo acontecerá”, declara, confiante, o colorado ivotiense.

A expectativa também está grande em Dois Irmãos. Adelar da Silva diz que é uma honra enorme. “Temos plantel para buscar a América também. Dei até fardamento para o meu neto acompanhar o Inter”, disse, morador.

Quem concorda com ele é Laurindo Johann, também de Dois Irmãos. “É de uma importância muito grande. É impressionante como faz tempo desde a última vez que o Inter ganhou o título do Brasileirão”, disse Johann.

Os torcedores de Estância Velha estavam apreensivos no aguardo pela partida. O colorado estanciense André Alexandre da Rosa, de 49 anos, morador do bairro Lago Azul, conta que tem o Inter como time do coração, e já foi até, durante muito tempo, associado do time. “Esse jogo lembra, para mim e para muitos outros colorados, com a decisão do Mundial de Clubes, em 2006. Não éramos favoritos, mas apenas um lance foi fundamental para conquistar a taça”, explicou.

André conta que é com esse lance e com a escalação de peso do time que os torcedores contam neste jogo. E o melhor lugar para assistir à partida, segundo ele, é ao lado de outros apaixonados pelo Inter, com a mesma energia positiva. O estanciense afirmou que, se o título vier, a comemoração “vai ser como o coração mandar”.

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