Conecte-se conosco

Destaques

Como foi assistir à semifinal do Mundial com os palmeirenses da região

09/02/2021 - 15h23min

Atualizada em 09/02/2021 - 15h40min

Grupo de amigos veio de diversos municípios para assistir à partida contra o Tigres (Créditos: Felipe Faleiro)

Ivoti – Há muitas variáveis para a escolha de um time de futebol. E o que um grupo de seis amigos fez na tarde de domingo, 7, em uma casa no bairro Jardim do Alto, foi torcer pela Sociedade Esportiva Palmeiras, na partida pela semifinal do Mundial de Clubes, no Catar. O jogo não teve o resultado esperado, já que o time paulista foi eliminado, mas a amizade transcende qualquer torcida.

Talvez pareça incomum pensar na paixão por um time tão distante, mas não para eles, todos moradores da região. A residência do eletrotécnico Luiz Gustavo Klein é recheada de itens do Palmeiras, denotando um sentimento da forma que é possível a um time de futebol. São bandeiras, camisetas, faixas, todas remetendo à equipe do atual campeão da Libertadores da América.

A resenha entre os amigos John de Carvalho, de Novo Hamburgo, Rafael Agnes, de Estância Velha, Paulo César Escudero, Marcos Kikuti e o sogro Armando da Encarnação, todos ivotienses, além de Klein, natural de Dois Irmãos, começou antes da partida. Eles já haviam se reunido no título do Paulistão de 2020, além de, obviamente, na final da Libertadores.

A relação de Klein com o Palmeiras vem desde a infância. “Metade da minha família era colorada, e a outra metade era gremista. Então eu recebia coisas dos dois times. Ali por 1993 ou 1994 o Palmeiras tinha um baita time. Eu sempre via os jogos na TV e me encantava. Foi aí que virei palmeirense”, conta ele. Os jogadores preferidos na época? “Edmundo e São Marcos, claro”.

Time do Palmeiras em 1994 tinha craques como Roberto Carlos, César Sampaio, Mazinho, Zinho, Evair e Edmundo (Créditos: Divulgação/SE Palmeiras)

O tamanho do consulado palmeirense no Rio Grande do Sul

Klein já foi algumas vezes a São Paulo, esteve no vestiário do Palmeiras, fez fotos com jogadores, e com isso fez com que a paixão pelo clube se estendesse à esposa, a advogada Mariana Appel Klein, e os dois filhos, Conrado e Ana Luísa. Ele também é membro ativo do consulado palmeirense no RS, que tem, hoje, cerca de 370 membros, a maioria de Porto Alegre.

Havia, de fato, um pequeno temor dos amigos em relação à partida contra o Tigres, do México, considerado um forte adversário. A cada defesa do goleiro palmeirense Weverton, e houve algumas no decorrer do jogo, alívio. A cada ataque da equipe paulista, olhos vidrados no telão instalado na área da casa. O primeiro tempo terminou 0x0 e a expectativa era acrescida a cada minuto.

“Eu sempre via os jogos na TV e me encantava”

Grupo ficou tenso durante a partida (Créditos: Felipe Faleiro)

Próxima reunião já tem data marcada

Na segunda etapa, o gol do Tigres, marcado de pênalti pelo francês Gignac, jogou um balde de água fria nas pretensões palmeirenses naquele momento. E em Ivoti, os amigos reunidos certamente compartilharam de um sentimento de tristeza com outros milhões de torcedores espalhados pelo País, quando o árbitro apitou o final da partida e decretou a eliminação do clube.

Outro que também estava no local pela paixão foi Escudero, paulista de Marília e atual presidente do Palmares Piscina Clube, em Ivoti. Brincando, ele afirma que tem o “sonho” de colocar a bandeira do time palmeirense na sede. “É uma paixão que vem desde o meu pai, Guilherme Escudero, que está tratando um câncer neste momento, e fica feliz com os jogos do Palmeiras”.

A próxima reunião dos amigos já tem data. Será no próximo dia 28, quando a equipe enfrenta mais uma final, desta vez da Copa do Brasil. A partida é contra o Grêmio, na capital gaúcha. “Na verdade já ganhamos o principal, que foi a Libertadores. Estamos felizes com isto, mas vamos derrotar o Grêmio também”, comenta esperançoso Klein.

“A paixão vem desde o meu pai, que está tratando um câncer neste momento, e fica feliz com os jogos do Palmeiras”

Cleo foi o felizardo que adquiriu o Fusca 1972 (Créditos: Felipe Faleiro)

“Fusca palmeirense” também roda por Ivoti

Quem mora em Ivoti provavelmente já viu rodando pelas ruas um Fusca verde com símbolos do Palmeiras. O automóvel ano 1972 foi decorado por Klein, mas não pertence mais a ele. Agora está nas mãos do pedreiro Cleo Richter, morador do bairro Morada do Sol, e que o adquiriu no ano passado. Gremista, ele diz não se importar com os adesivos, e ainda que deve mantê-los.

“Vou deixar, se não poderia ter comprado outro Fusca”, afirmou aos risos Richter, que já fez serviços na residência de Klein e, assim, a negociação foi mais fácil. No sábado, quando a reportagem encontrou Cleo na Av. Bom Jardim, no bairro Cidade Nova, ele afirmou que recém havia o pego de volta. Ele havia o emprestado justamente ao antigo dono.

O automóvel também será útil para o serviço diário, e chama a atenção por onde passa. “As pessoas vêm, olham nas sinaleiras, perguntam onde consegui”, diz Cleo, ao lado da esposa Arlete e do filho Alan Patrick. A final da Copa do Brasil entre Grêmio e Palmeiras, contudo, não parece incomodá-lo, e independente do resultado, a família Richter vai ficar feliz, de uma forma ou de outra.

PC Escudero e o pai Guilherme: torcida por ele (Créditos: Arquivo pessoal)

Conteúdo EXCLUSIVO para assinantes

Faça sua assinatura digital e tenha acesso ilimitado ao site.