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Comunidade lamenta ação de criminosos em cemitérios de Hortêncio

28/05/2020 - 10h31min

São José do Hortêncio – A comunidade está abalada com a depredação ocorrida nos cemitérios evangélicos da Sede e da localidade do Arroio Bonito. No último final de semana, diversos túmulos amanheceram sem letras, molduras, crucifixos e até fotografias dos falecidos.

Conforme o pastor luterano Cláudio Rösing, os criminosos atacaram os cemitérios em busca dos metais utilizados para a ornamentação dos túmulos, mas que, para as famílias, a dor do crime é outra. “O problema menor é o material. Esta ação mexe com os sentimentos, com as emoções das pessoas. Dá a ideia de que não existe respeito”, destacou.

Ainda de acordo com o pastor Rösing, esta foi a primeira fez que o cemitério da sede, que fica nos fundos da Igreja Luterana, foi atacado. Ainda não há um levantamento específico de quantos túmulos tiveram seus pertences roubados, mas estima-se que o número possa passar dos cem, contando os dois locais.

Convocação

Quando soube, no final de semana, do ocorrido, o pastor convidou aos membros da Comunidade Evangélica que fossem até os cemitérios para avaliar os túmulos e registrar uma ocorrência na polícia. “É uma coisa privativa dos familiares. Ninguém tem direito de alterar alguma coisa ali”, comentou.

Já no Arroio Bonito, além do levantamento das avarias nos túmulos, a comunidade é convidada a se reunir no cemitério, no próximo sábado, 30, para reconhecer alguns pertences. No local, moradores localizaram dois sacos e duas sacolas cheias de metais retirados das lápides próximo ao muro do cemitério. Um morador da localidade está com a guarda dos materiais, que deverá ser devolvido aos familiares dos falecidos.

Prevenção

Segundo a vice-presidente da Associação da Comunidade Evangélica, Elena Roth, devido à pandemia, os membros ainda não puderam se reunir para definir a melhor maneira de evitar novas ações dos criminosos, mas a intenção é instalar câmeras de segurança no local. “Para tentar coibir novos ataques, talvez o ideal também fosse colocar placas de porcelana em vez de metal, mas é lamentável que tenha de chegar a este ponto. Nem os mortos ficam mais em paz”, relatou.

O Crime

Os ataques foram percebidos pela comunidade no último sábado, 23, quando moradores do Arroio Bonito localizaram as sacolas com os objetos, e comunicaram a Brigada Militar. Após, na sede, membros da Comunidade Evangélica também deram falta dos materiais nos túmulos e informaram o pastor. “As pessoas costumam, nos finais de semana, irem até o cemitério para visitar algum parente. E quanto foi notado que algumas coisas estavam faltando, a informação se espalhou pela comunidade”, contou o pastor. A Delegacia de Polícia de São José do Hortêncio está investigando o fato.

Dor dos familiares

A moradora da sede, Deise Koch, que tem mais de 10 familiares enterrados no Cemitério Luterano, contou sobre a dificuldade e da surpresa ao perceber a ação dos criminosos no local. “Só no túmulo da minha avó tiraram tudo que tinha de metal”, afirmou. “Já é difícil para a gente perder um ente querido e ainda acontece isso. É uma falta de respeito com a dor dos familiares”, prosseguiu.

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