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Conheça a estanciense que acompanha, de perto, chegada do Coronavírus à Itália
O Brasil, felizmente, ainda não registrou nenhum caso de Coronavírus. Entretanto, brasileiros que vivem fora do país, acompanham de perto a chegada da doença. Este é o caso de Carin Simone Backes, que completa 38 anos nesta semana. Natural de Estância Velha, ela vive há cinco anos na Itália, que já têm, nos últimos dias, confirmadas 11 mortes e mais de 300 casos de pessoas infectadas.
A estanciense mora na região de Trentino-Alto Adige, no extremo Norte da Itália, onde dois casos de Coronavírus já foram registrados. A situação, porém, ainda não é alarmante como em outras cidades do país, que estão fechadas em quarentena até que a situação esteja sobre controle. Porém a curta distância em relação às regiões de Vêneto (150 km) e Ligúria (300 km), onde estão concentrados a maioria dos casos, faz com que todas as escolas e universidades tenham sido fechadas, ao menos nesta semana.
Além disso, o medo do aumento dos casos já gera impactos em diversas áreas. “Eu trabalho em um hotel, onde cerca de 30 a 40% das reservas para os próximos dias foram canceladas por medo do vírus. Em três dias o número de casos de contágio passou de 120 para 322, e as mortes de duas para onze”, relata Carin.
A estanciense conta que o governo tem tentado tranquilizar a população, mas o receio de um aumento ainda maior do número de casos de Coronavírus faz com que medidas sejam tomadas. “Estão dizendo pra não entrar em pânico, mas aqui na minha região cancelaram todos os eventos públicos e fecharam escolas. Nas regiões mais afetadas, com maior incidência, fecharam as cidades e ninguém pode sair até que a situação esteja controlada”, conta.
Em Trentino-Alto Adige, onde vive Carin, ainda não é tão comum observar pessoas utilizando máscaras, mas em algumas circunstâncias já é possível ser visualizada essa situação. “Aqui onde eu vivo não se veem muitas pessoas com máscaras nas ruas. A maioria utiliza nos trens e aeroportos”, explicou.
Exagero
Para Carin, o comportamento da população está sendo inadequado. “Na minha opinião estão exagerando. Não tem mais máscaras e nem álcool pra limpar as mãos nas farmácias. Se tentar compra pela internet, por exemplo, os preços estão altíssimos. E só se fala nisso”, contou. Além disso, a estanciense aponta que o ponto de vista abordado também tem sido incorreto. “Eu concordo que os números estão aumentando, mas quase não se fala que a grande maioria dos casos (mais de 80%) se curam. A impressão que dá é que se a pessoa pegar o Coronavirus vai morrer”, ressaltou.
Ela observa, também, que o desespero das pessoas têm levado a estocar suprimentos em casa. “A gente vê na televisão que as pessoas estão comprando coisas no supermercado pra deixar em casa, em caso de emergência. Eu acho um pouco exagerado, até porque sempre existiram outras doenças contagiosas, que matam bem mais que esse vírus, e as pessoas não se comportavam com toda essa histeria”, afirmou.