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Polícia cria conta virtual para bloquear R$ 50 milhões em bitcoins da Unick

18/10/2019 - 15h34min

Atualizada em 21/10/2019 - 10h52min

São Leopoldo – Com o desencadeamento da operação Lamanai, a Polícia Federal revelou que precisou criar uma “carteira virtual” (conta) para conseguir bloquear em torno de 1.500 bitcoins – um tipo de moeda virtual.

Conforme o delegado Aldronei Antônio Pacheco Rodrigues, os 1.500 bitcoins valem, hoje, em torno de R$ 50 milhões. Ontem à tarde, um bitcoin era vendido por mais de R$ 33 mil.

A polícia ainda não informou o levantamento de bens apreendidos durante a operação. Contudo, uma foto feita durante uma busca e apreensão ocorrida no município de Caxias do Sul representa um recorte do montante de dinheiro apreendido.

No local da referida busca, caixas de sapato cheias de dinheiro foram apreendidas pelos agentes federais.

Ainda, segundo o delegado, foi solicitada a apreensão de 48 automóveis. “São carros importados e nacionais, mas só pedimos a apreensão dos [carros] de alto valor”, acrescentou Rodrigues.

O QUE FAZIA COM DINHEIRO
O dinheiro que a Unick arrecadava com os clientes eram investidos em diferentes tipos de negócios.

Ao longo da investigação, a polícia conseguiu identificar que parte do valor arrecadado era “transformado” em bitcoin e outra parte era usada para adquirir outro tipo de moeda virtual.

O dinheiro também era aplicado no mercado de Foreign Exchange (Forex), que consiste na compra e venda de moedas, e em outras aplicações que estão sendo investigadas.

Contudo, conforme o chefe da investigação, os rendimentos gerados através destas aplicações “não conseguem, de maneira nenhuma, arcar com os lucros prometidos”.

Operação

Durante a operação desencadeada ontem. Cerca de 200 policiais cumpriram 65 mandados de busca e apreensão e 10de prisão nas cidades de Porto Alegre, Canoas, São Leopoldo, Caxias do Sul (RS), Curitiba (PR), Bragança Paulista (SP), Palmas (TO) e Brasília (DF).

Os 10 mandados de prisão foram cumpridos. Entre os presos estão o presidente da Unick, Leidimar Lopes e o “garoto propaganda” da empresa, o diretor de marketing Danter Navar da Silva.

Além de Leidimar e Danter, o delegado Aldronei Rodrigues, que coordena os trabalhos, destacou que os demais presos são alguns dos principais diretores da Unick. Ele confirmou também a prisão do dono de uma “empresa garantidora” do negócio, a Capital SA, e de pessoas que ajudavam a captar recursos através de bancos virtuais e a ocultar bens.

Conforme a polícia, em um período da sua existência, a Unick faturava R$ 40 milhões por dia. Ao todo, a empresa chegou a ter um milhão de clientes por todo o Brasil e até mesmo no exterior.

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