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Criatividade na pandemia: atleta busca nas ruas de Ivoti uma nova forma de treinar

08/10/2020 - 14h23min

Atualizada em 08/10/2020 - 14h39min

Nas ruas de Ivoti, Bruna se prepara para conquistar seus sonhos (Créditos: Guilherme Sperafico)

Ivoti/Lindolfo Collor – A inesperada chegada de uma pandemia com as proporções da atual, por Covid-19, atrapalhou e adiou os planos de praticamente toda a população em 2020. Todas as atividades acabaram sendo impactadas pelas novas determinações de prevenção e, muitas delas, até mesmo impedidas de serem realizadas.

No esporte não foi diferente, principalmente aos atletas que atuam de forma profissional. Este é o caso da aluna do Instituto Ivoti, Bruna Letícia Müller, de 18 anos, moradora de Lindolfo Collor, que teve seus treinos de atletismo impossibilitados por conta das paralisações.

Apesar das adversidades, Bruna foi persistente e não perdeu o foco dos seus objetivos. Inicialmente, nos primeiros dias da chegada do coronavírus ao Brasil, ela passou a treinar de forma improvisada, aproveitando materiais que tinha em casa. Com o passar do tempo foram abrindo as academias e ela procurou uma para voltar aos treinos.

Em paralelo ao retorno das atividades mais intensas na academia, Bruna teve a ideia criativa de aproveitar as ruas do bairro Sete de Setembro, nas proximidades do Instituto Ivoti, para treinar as corridas. “Três vezes por semana eu corro na rua, praticando tiros de velocidade e também resistência. Nos demais dias, faço atividades de musculação e treinos funcionais na academia”.

Todo o empenho e preparação da atleta para conquistar seus objetivos não tem sido em vão. Com seu talento, ela tem colhido resultados desde que iniciou no atletismo aos 12 anos. Bruna já disputou competições estaduais, nacionais e representou a Seleção Brasileira em um mundial, ficando entre as 10 atletas mais rápidas do mundo na modalidade 800 metros.

Desafio para os professores

Se para os alunos e atletas tem sido uma tarefa bastante complicada conciliar os treinamentos às novas realidades, aos professores e treinadores não têm sido diferente. Por isso, Edina Schumacher, que leciona Educação Física no Instituto e dá aulas para Bruna, conta que também precisou encontrar formas diferentes de seguir.

Inicialmente, assim como toda a população, Edina esperava que o período de paralisações necessário para conter a disseminação do coronavírus fosse mais rápido. Assim, os alunos começaram a receber conteúdos que davam sequência ao que estavam aprendendo nas aulas.

Como a situação foi se prolongando, a professora teve de tomar uma importante decisão. Foi necessário pensar o que seria mais importante aos alunos: passar conteúdo e falar das modalidades esportivas, ou proporcionar o bem-estar deles, fazendo com que fizessem alguma coisa diferente dentro de casa. “Estamos passando por uma situação completamente diferente, então o nosso trabalho também tem que ser diferente. Não adianta ficar somente nas regras e teorias, se eles não vão conseguir aprender isso na prática”.

Enquanto as novas rotinas se adéquam às atividades físicas, a expectativa dos professores é que o município permaneça em bandeira laranja por mais uma semana, para que possam ser retomadas as aulas presenciais no dia 19 de outubro. Além disso, é necessária a aprovação do comitê municipal, para que as modalidades também possam retornar e, consequentemente, os treinos de Bruna.

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