Por Cleiton Zimer

Dois Irmãos – Na semana passada chamou a atenção uma onda de casos em que criminosos usaram fotos de moradores e, através de um número desconhecido, se passaram por suas vítimas mandando mensagens pelo WhatsApp para os contatos da sua lista, pedindo, posteriormente, alguma transferência de dinheiro.

De acordo com o Delegado Felipe Borba, em um único dia foram registrados ao menos cinco casos. Entretanto, a reportagem teve acesso a várias outras situações que nem foram levadas até à DP, ou seja, o número é bem maior do que o oficialmente computado.

Apesar do número de ocorrências ser alarmante, Borba explica que nenhuma das vítimas chegou à ter qualquer tipo de prejuízo, além de claro, ter que enfrentar o transtorno de ter alguém se passando por elas.

Por isso Borba reforça a importância de que, quando alguém manda mensagens informando troca de número e, posteriormente, pede alguma transferência de valor de forma emergencial, que se busque fazer contato com aquela pessoa através de uma ligação ou, então, encontrá-la pessoalmente para atestar a veracidade do que está sendo dito.

Na verdade, qualquer mensagem pedindo transferência de dinheiro de forma emergencial deve ser verificada.

Não dando certo, partem para a próxima

A reportagem teve acesso a dois números dos criminosos. Um deles é o 051 99879-2452; outro é o 051 99750-4268 (esses dados foram registrados até 24/08/2021, o que não significa que estes números não possam, posteriormente, estar cadastrados em contas verídicas conforme a distribuição das operadoras).

As vítimas seguiram monitorando os números e, de acordo com elas, trocaram constantemente as fotos do perfil com o intuito de lesar cada vez mais pessoas. “Quando percebiam que não dava certo com um, iam para o próximo”, relatou uma vítima.

A reportagem também acompanhou as fotos de perfis e, de tempos em tempos, as mesmas eram substituídas.

Como funciona o crime

Precisa ficar claro que não se trata de uma clonagem do WhatsApp. O que os criminosos fazem é pegar uma foto da vítima na internet – geralmente do Facebook -, usam um outro número e, através do acesso a um banco de dados clandestino enviam mensagens para a lista de contatos da vítima – geralmente pessoas próximas, como parentes e amigos.

O padrão inicial dos bandidos é praticamente o mesmo na maioria dos casos. Nos relatos obtidos em Dois Irmãos a primeira mensagem era sempre a seguinte: “Armazena meu novo número, este será para uso pessoal. O outro ficará somente para trabalho ok.”

Logo depois, quando percebem que conseguiram convencer o contato de que se trata da pessoa da foto, pedem algum tipo de dinheiro emprestado. E o formato, também, é sempre o mesmo: dizem que excederam o limite de transferência diária, ou que tiveram algum outro problema, que precisam do valor urgentemente e que no dia seguinte devolverão.

Os estelionatários se aproveitam a boa fé das pessoas, tentando induzi-las a ajudar, sem dar muito tempo para pensar a respeito. Mas, tudo não passa de uma mentira.