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De Picada Café a Portugal – A ascensão do menino que deixa a cidade rumo a liga de voleibol profissional da Europa
Picada Café/Nova Petrópolis – Ele é simples, humilde, mas com objetivo. De mala feita o jovem menino se despediu de Picada Café e decolou para se apresentar e disputar a Liga Portuguesa de Voleibol profissional. Cinco anos após resolver seguir a vida no esporte o menino, hoje com 19 anos, vê decolar sua carreira. Thierry é filho de Picada Café e dia 28 se apresentou ao novo clube na Europa.
A CONVITE DE AMIGOS – A APAIXONADO PELO ESPORTE
Foi em 2015 quando, a convite de amigos, Thierry Jaguszewski foi treinar e jogar pelo projeto Vôlei Nova Petrópolis. Não demorou e o menino conquistou seu espaço. Ao longo de três anos no projeto Vôlei Nova Petrópolis conquistou três títulos, sendo dois estaduais e um vice. “Minha passagem pelo projeto foi muito rápida, mas proveitosa. Aproveitei cada momento, aprimorei minhas técnicas e me dediquei muito”, lembra.
TAÇA PARANÁ
Foi em 2017 que o jovem cafeense foi disputar a Taça Paraná, ainda pelo Projeto Nova Petrópolis. A competição é tida como revelação de talentos no esporte. E foi nessa competição que o então menino de 17 anos recebeu as primeiras propostas para seguir na profissão e mudar de equipe. Ele recebeu a proposta do Vôlei Suzano, de São Paulo, para onde se mudou no início de 2018. “No início, longe de casa, foi difícil. Por mais que eu já morava em Nova Petrópolis, seguia próximo da família”, revela. Foram dois anos vestindo a camisa do Vôlei Suzano, na categoria infanto juvenil.
PROFISSIONAL
Foram dois anos jogando pelo Vôlei Suzano, sempre mostrando evolução e dedicação. Seu esforço foi reconhecido. Tanto que surgiu o primeiro convite para jogar pelo Adulto Federado através a Liga Nacional – Super Liga B, vestindo a camisa da Pavi Vôlei de Canoas. “Foi uma competição muito importante para minha evolução. Infelizmente a pandemia encerrou a competição em março quando a equipe estava nas quartas de finais. Jogaríamos uma vaga nas semifinais contra o Anápolis de Goiás”, declarou.
MUITO ANIMADO
O cafeense se apresentou dia 28 de agosto ao Vitória Sport Club, de Guimarães, Portugal. Lá a projeção é disputar a Liga Portuguesa, Liga Principal e Liga A1, as principais competições do país. A temporada será de nove meses. “Estou muito animado e confiante. Acho que a temporada será muito proveitosa. Hoje meu sonho e objetivo é seguir crescendo no esporte e quem sabe um dia fazer minha carreira no voleibol europeu”, destacou.
“Tenho um carinho muito grande pelo Projeto Vôlei Nova Petrópolis”
De malas prontas para Portugal, mas não esquecendo as raízes. Emocionado, Thierry falou com a reportagem do Diário e lembrou das portas que se abriram no projeto Vôlei Nova Petrópolis, sua “primeira casa” nessa caminhada no esporte. “Tenho um carinho muito grande pelo projeto. O Paulo, Renan, Maurício, Jaime, Daniel, todos os profissionais que levam esse projeto muito a sério. Esse ensina muito mais que esporte, forma cidadãos direitos que seguem pelo certo. Tenho certeza que eu não seria a metade da pessoa que sou hoje se não tivesse tido a oportunidade de passar por esse projeto”, enalteceu.
“É uma pena nossas crianças não terem mais oportunidade”
O menino Thierry saiu cedo de Picada Café para almejar e buscar seu sonho. Isso porque na cidade não há projetos que auxiliem meninos e meninas a seguirem no voleibol. Ele lembra que Picada Café já teve o projeto Voleibol Alternativo. “Cheguei a participar desse projeto, mas eu era muito pequeno. Não sei ao certo o porque terminou”, frisou. O hoje jogador profissional lamenta a falta de oportunidade. “É uma pena. Quantos jovens e quantas crianças poderiam ter a oportunidade que eu tive. Oferecer oportunidade e mostrar o caminho correto é formar cidadãos através do esporte”, declarou. “Temos uma bela cidade, muito bem estruturada em diversas áreas. Mas peca em não oferecer coisas básicas, oportunidades”, acrescentou.
RECONHECIMENTO
Ao longo dos anos no voleibol Thierry sempre buscou reconhecer a quem o ajudou. No Projeto Vôlei Nova Petrópolis destaca os professores Paulo Gustavo Roese e Renam Schommer, como importantes incentivadores na sua passagem. Paulo, inclusive, frisou que sempre viu futuro no jovem atleta. “Enquanto atleta do Projeto Vôlei Nova Petrópolis já percebia no Thierry algo especial na relação com o voleibol. Era diferenciado na determinação e qualidade técnica. Atleta extremamente dedicado e inteligente taticamente. Sempre teve consigo excelentes atitudes dentro e fora da quadra. Pessoa muito especial e ótimo de grupo”, frisou. Além de Thierry, outro atleta com passagem pelo Vôlei Nova Petrópolis também atuará no clube em Guimarães. É João Bringmann, natural de Santa Cruz do Sul e que atuou por duas temporadas em Nova Petrópolis. Ao longo dos anos foram inúmeros amigos feitos por Thierry no esporte. E um deles, que lhe abriu a Academia MMT para treinar, é Neri Mossini. “O Neri nunca me cobrou nada e sempre me incentivou. A ele fica meu agradecimento e reconhecimento”, declarou Thierry.