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Diário da 3ª Idade: Casal tem alternativas para vencer isolamento

18/06/2021 - 10h54min

Atualizada em 18/06/2021 - 10h57min

Linha Nova – Faz mais de um ano que os bailes e os encontros da terceira simplesmente não acontecem mais, e os integrantes dos grupos ficam em casa para evitar contrair a pandemia. As duas doses da vacina contra a Covid-19 já foram feitas, e o maior medo já foi embora. Mas como vencer a solidão, é o que todos se questionam. Não é possível reunir grande número de pessoas e nem fazer festas familiares. Jogar cartas em casa nas folgas do trabalho na roça é a alternativa de Nelso e Helena Utzig, moradores do Canto Scheibig, para manter a mente ativa.
Nesta semana, o casal recebeu a vizinha e amiga Nelsi Scheibig
Enquanto Nelso se preocupava com a realização de algumas tarefas cotidianas, Helena e Nelsi jogavam na sala de casa o “Mexe-mexe”, que é um jogo de cartas parecido com a canastra. Helena é a presidente do Grupo da 3ª Idade Veilchenbeet, que tinha seus encontros marcados no Centro de Convivência, quando encontravam os amigos, comiam doces e se divertiam para passar o tempo. Durante o ano eram realizados diversos passeios com o grupo, que tem cerca de 100 membros.
   

O que fazem desde que as atividades pararam

É Helena quem conta quando iniciou a pandemia e começou a questão das pessoas ficarem em casa. Já tinha um baile marcado em, São José do Hortêncio para o grupo participar, em 23 de março de 2020, que era um sábado. Na sexta ficaram sabendo do cancelamento.
“Depois desse dia já ficou tudo parado, não teve mais nenhum encontro da terceira idade, não teve mais baile”, lembra Helena Utzig. A grande alegria era rever os amigos e confraternizar, brincar, jogar cartas e tomar um chá, comer cucas e doces, o que constava da atividade dos membros do grupo, no Centro de Convivência.
As eleições da diretoria do grupo Veilchenbeet eram para janeiro deste ano, e foram prorrogadas para op mês de outubro. “Agra nem sabemos se vamos poder fazer essa eleição ou não”, explicam Helena e Nelso, já que o prefeito Henrique pediu que esperassem um pouco. “Muita gente falou em começar de novo, mas é muito perigoso”, lamenta Utzig.

O milho seco é para tratar os animais 

 

As atividades do peruário pararam

Entre as principais atividades que eram exercidas na propriedade relacionam-se ao trabalho com uma empresa integradora de perus iniciadores, com a criação das aves até 28 a 35 dias, em dois galpões existentes na propriedade.
Nelso trabalhou com a antiga Doux Frangosul, mas a empresa foi vendida para o Grupo JBS. A criação foi realizada durante 23 anos. Para continuar com esse serviço seria necessário ampliar e climatizar os pavilhões, mas o custo seria muito alto, tornando inviável prosseguir.
A ideia é começar com a criação de frangos, mas é preciso terminar a pandemia. “Eu parei em 2019 com a criação de perus, e em outubro já vai completar dois anos”, relata o produtor, que ocupa o tempo plantando milho e melão para tratar os porcos e algumas cabeças de gado.

Mesmo aposentado Nelso não pára

Natural de Picada Café, Nelso tem 73 anos, e a esposa, nascida em Linha Nova, tem 71 anos. Eles já completaram 51 anos de casados, e tem três filhos: Mara, Vera e Nelson. Eles tem dez netos e cinco bisnetos.

ABELHAS

Outra atividade que ele exerce é a criação de abelhas, tendo colhido mais de 400 quilos de mel. O mel é vendido para um conhecido do Rincão dos Ilhéus, em Estância Velha, além de clientes que buscam o produto na propriedade. Um diferencial é o mel a partir do néctar da flor da uva do japão, que é branco. “É o meu filho Edson quem leva o mel para mim até essa pessoa, no Rincão”, comenta Utzig.

VESPAS

Nelso teve que enfrentar uma colmeia de vespas venenosas. Ele lembra que há alguns anos aquela espécie de vespa, muito semelhante às abelhas, provocou a morte de um homem e uma junta de bois em apenas 10 minutos.
Ele viu que um enxame se instalou em um tonel, abaixo da caixa de abelhas. Felizmente estava bem equipado com macacão, botas e máscara. O produtor chegou a aplicar veneno em duas ocasiões mas não conseguiu matar as invasoras, então colocou um produto para combater o cascudo e aí deu certo.

TRATOR

Em 2012 Nelso e o filho compraram um trator Yamaha novo para todo o serviço das roças, Mais tarde precisou adquirir um de porte menor, e conseguiu comprar um Agrade 4100 de um conhecido que mora no Roseiral. “Este é pequeno e é para todo o serviço da roça, para levar esterco, buscar maravalha e carregar milho, entre outras tarefas”, afirma.
Atualmente ele e a esposa plantam batata inglesa, batata doce, cebola, aipim, cana e melão. Os problemas de saúde não impedem que o casal trabalhe na propriedade, garante Nelso. “Quando eu me aposentei há 53 anos, o médico me mandou parar, e comecei a usar uma prótese na perna esquerda e outra no joelho direito, mas eu não paro”, comenta orgulhoso.

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