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Diário da 3ª Idade: Casal une o amor pela família, agricultura e à música

02/07/2021 - 11h18min

Linha Nova – O casal Elmário e Lúcia Nienov completou 54 anos de casados no mês de abril. Dedicados desde muito cedo à agricultura e ao canto coral, eles lembram com saudade dos tempos em que todos podiam se reunir, apertar as mãos e se abraçar, cantar e orar durante os cultos da Comunidade Evangélica de Confissão Luterana de Linha Nova. Ele rege seis corais, e ela o Coral da Oase de Linha Nova.
Para passar o tempo, eles se aquecem e tomam chimarrão ao redor do fogão à lenha, debulham milho, plantam, colhem e realizam atividades comuns. O amor à família e aos amigos é o que os impulsiona a viver, tendo os galpões, os tratores, as estufas, plantio e colheita para se ocupar, enfrentando o frio e a chuva. Todas as vacinas já foram feitas e o pior já passou, entende o casal.
Mesmo as dificuldades enfrentadas com a queda de uma estufa por um temporal, uma nova estrutura metálica foi montada e deve receber a cobertura plástica para aumentar a produção do pepino japonês. As vendas, que eram feitas para a Ceasa de Caxias do Sul, atualmente são feitas na Ceasa de Porto Alegre, devido ao aumento de produção.

Início foi a criação de porcos e plantio de alfafa

Os antepassados dos Nienov de Linha Nova vieram da Europa, mas Elmário não sabe precisar o país. O bisavô chamava-se Augusto e o avô era o professor Pedro Nienov. O pai de Elmário, Albino Nienov, casou com Ela Becker.
“Quando casei, eu e minha esposa moramos na casa que foi construída de alvenaria pelo meu pai, em 1925. Ele levou dois anos para concluir a casa, que ficou pronta em 1927”, lembra o morador. Ele conta que a principal atividade era a criação de porcos e o plantio de alfafa. Os porcos eram vendidos para os antigos matadores (hoje frigoríficos) e a alfafa era comercializada nas vendas. Os quartéis tinham as cavalarias, então os animais precisavam de bastante ração e eram compradas nesses armazéns, lembra Nienov.

Tradição musical presente nas duas famílias

Elmário comenta que o seu pai cantou por cerca de 20 anos no coral Dona Luiza, do Bananal, localidade de Feliz. Aos 22 anos, Elmário começou a reger o coral Dona Luiza por ideia de um irmão, então conseguiu um violino emprestado e fez vários cursos.
Seu irmão, Astor, sugeriu que ele regesse coral e a partir daí decidiu estudar música com o professor Edmundo Spier. “Eu ia a cavalo até Linha Nova para ter aulas e aprendi as notas musicais e partituras com esse professor”, relembra o regente.
Elmário já regeu sete corais, mas atualmente rege seis: Dona Luiza, do Coqueiral, de Feliz, Concórdia, de Linha Nova, Rosenthal, do Roseiral, e ainda Irmandade, Amizade e Coral Juvenil da Linha temerária, de Nova Petrópolis.

O PAI ERA MÚSICO

Lúcia já cantava no coral com as irmãs desde os 13 anos, pois o pai era músico e regia o Coral do Bananal. Ela comenta do tempo de escola, pois iam sempre três irmãs juntas e, nos dias frios, caminhavam três quilômetros para chegar na antiga escolinha de Picada Caraá (Feliz). “Hoje é mais fácil, o ônibus busca as crianças na porta de casa”, observa a moradora.
Lúcia trabalhou dos 15 aos 18 anos na casa do diretor da Fundação Evangélica de Novo Hamburgo, Hugo Walther Schmeling, que vive até hoje e tem 98 anos. Aos 18 anos ela voltou para casa, e trabalhou na agricultura até casar, aos 20 anos, com Elmário. O casal tem cinco filhos, 10 netos e quatro bisnetos.
O pai de Lúcia, Reinhold Mielke, era músico, tocava diversos instrumentos musicais, entre os quais bateria, trombone, violino, trompa e trompete, e ainda foi regente do coral Dona Luiza do Bananal. O irmão dela, Nelson Mielke, tem a Banda Encanto, de Feliz.

O Forte da produção é a couve-flor

Nos primeiros anos de casado, Elmário chegou a trabalhar de pedreiro, mas aos 23 anos voltou para casa para auxiliar o pai e a família na roça.
Com o tempo, o irmão comprou a própria terra, e Elmário continuou a ajudar o seu pai e se mantém até hoje na agricultura. No início, seguiu com a criação de porcos e o plantio de alfafa, mas depois começou a cultivar moranguinhos, produção que manteve por 30 anos.
A atual cultura envolve o carro-chefe da propriedade, que é a couve flor, mas também são cultivados o pepino japonês, repolho, alface-americana e o tomate-cereja.
A família comprou o primeiro trator em 1995, e um mais novo em 2020. As estufas antigas de madeira estão sendo substituídas por novas, com estruturas metálicas. Elas são cercadas e cobertas por plástico para proteger as hortaliças da geada e do rigor do inverno. No verão, a sombrite protege contra o excesso de sol.

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