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Diário Rural: Aposentados cultivam pitayas como “produto do futuro” em Nova Petrópolis
Nova Petrópolis – O casal de aposentados Ivani e Vilmar Zimmermann, tem orgulho das pitayas que produzem em sua propriedade, próxima à igreja da Linha Temerária. As frutas, que são raras na região, colorem o quintal de casa e ainda fornecem uma bela fonte de renda extra para eles. E o melhor de tudo, praticamente não dá trabalho nenhum. O cultivo começou há cerca de três anos, com as primeiras sementes vindas de Santa Catarina. Mas é na atua cultura que as melhores pitayas estão florescendo, pois os pés estão mais maduros.
Seu Wilmar não lembra exatamente como chegou a conclusão de que deveria cultivar a fruta, mas lembra que buscava por um produto que pudesse plantar sem que tivesse que aplicar agrotóxicos, mas que também não fosse vulnerável às pragas, insetos e aves. “Eu acho isso muito incrível, porque elas se desenvolvem totalmente sozinha, apenas com adubo orgânico. Nem é preciso regar. Eu gostaria que mais pessoas se dedicassem a essa fruta, pois é um produto do futuro”, destacou o aposentado.
“Eu acho isso muito incrível. Gostaria que mais pessoas se dedicassem a essa fruta, pois é um produto do futuro”
No entanto, o início não foi fácil. Sem experiência com esse tipo de cultivo, além de não conhecer nenhuma outra propriedade no município com pitayas, os primeiros problemas começaram a aparecer. Algumas folhas de suas plantas, que tratam-se de cactos e por isso não requer muita água, começaram a secar e morrer. Para entender o que estava acontecendo, o casal se dirigiu à Emater do município. Porém, segundo eles, os técnicos não tinham a resposta para o problema, e lhes disseram que a região não é propícia para esse plantio.
Mas Ivani e Vilmar não desistiram. O casal começou a buscar soluções na internet, e encontraram. Bastava cortar a parte afetada e dar tempo ao tempo. Hoje, são cerca de 130 mourões, com três a quatro mudas plantadas em cada um, o que resulta em mais de 400 pés de pitayas, divididas em duas variedades, brancas e vermelhas.
Produção vendida
As pitayas dos Zimmermann tem feito sucesso, já são mais de 500 quilos colhidos somente na atual temporada, que começou em dezembro e deve ir até o início de maio. Embora o casal venda para supermercados e afins, a grande maioria é comercializada diretamente para o consumidor final, divulgando no boca a boca. “Quando nós vendemos para um supermercado, por exemplo, eles precisam agregar valor em cima. Logo, nós recebemos menos. Já quando vendemos direto pro cliente, todo o valor que eles pagam, vem para nós”, conta Ivani.
A estratégia tem dado certo, tanto que alguns dos consumidores encomendam sacolas e mais sacolas da fruta, pois o preço que pagam costuma ser a metade do que se encontra no comércio. Para melhorar, os interessados nem precisam sair de casa, pois Seu Vilmar faz entregas em todo o município. “Tudo o que estamos colhendo agora, já está vendido. Mas em cerca de três semanas já teremos uma colheita totalmente nova”, afirma Vilmar.
Espetáculo noturno
A qualidade das pitayas pode ser vista no vigor de cor. Além de um rosa vivo em sua casca, as melhores frutas ainda produzem um brilho que destaca seu valor. No entanto, o mais bonito deste cultivo inicia quando o sol se põe. É quando chega a noite que as flores começam a se abrir e assim permanecem de oito a 12 horas. Por fora são brancas, por dentro, um amarelo vivo. E são essas flores que atraem as grandes arquitetas desta produção: as abelhas.
Os insetos, essenciais para a polinização de diversas espécies da flora, começam seus trabalhos. Em cada flor, dezenas de abelhas coletam e soltam o pólen necessário para a vida das frutas. Quando está bem escuro, torna-se até perigoso chegar perto, devido à grande quantidade. “O barulho que elas fazem pode ser ouvido de dentro de casa, com tudo fechado. E todas são abelhas que vêm da natureza, nós não criamos nenhuma”, ressalta o casal.
Benefícios da pitaya
A pitaya é uma grande fonte de vitamina C, o que ajuda o corpo a ter mais imunidade e defesas contra micróbios, bactérias e vírus. Mas o casal Zimemrmann recomenda que se consuma apenas uma fruta por dia e, se for muito grande, comer somente a metade. Atualmente, o casal produz pitayas vermelhas e brancas. Há duas diferenças marcantes entre elas, além da cor interna. A vermelha é mais redonda e considerada mais gostosa, pois é mais docinha. Já a branca, tem um formato oval e menos doce.
Elas podem ser consumidas diretamente dos pés, mas ficam mais saborosas quando estão geladas. No entanto, para quem consumir a pitaya vermelha, Seu Vilmar faz um alerta. “A coloração desta fruta é bastante forte. Então a urina e as fezes podem sair avermelhadas, mas não se assustem, é normal”.
Quem estiver interessado nas pitayas, pode entrar em contato pelo fone (54) 98443-7435.