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DIÁRIO RURAL: controle biológico de lagartas é incentivado em Nova Petrópolis

10/11/2021 - 11h46min

Atualizada em 10/11/2021 - 11h55min

Agricultor aplica larvas na plantação (Créd.: Emater)

Nova Petrópolis – A Emater/RS-Ascar iniciou na última semana de outubro a campanha de controle biológico das lagartas do milho no município. O objetivo é combater essas pragas a partir da “criação” de microvespas que farão esse controle biológico. Já na semana passada, as primeiras cartelas com os ovos foram distribuídas para que agricultores apliquem em suas plantações.

Além da Emater, a campanha também é vinculada à Secretaria Estadual da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr), Conselho Municipal de Meio Ambiente e Prefeitura.

As ações consistem no monitoramento da ocorrência das pragas do milho, através de armadilhas com atrativo sexual para mariposas, e o controle através de parasitoides. Na primeira etapa, são instaladas armadilhas adesivas, onde se coloca um dispositivo com feromônio para atrair os machos da mariposa Spodoptera sp, também conhecida como lagarta-do-cartucho, inseto que em sua fase larval provoca danos nas plantas de milho.

Armadilha para lagarta do cartucho (Créd.: Emater)

Acesso à informação

O Conselho Municipal de Meio Ambiente aprovou a aquisição dos feromônios e armadilhas para monitorar o aparecimento das mariposas, a partir de recursos do Fundo Municipal do Meio Ambiente. Com isto, os produtores de milho de Nova Petrópolis têm acesso à informação sobre aparecimento da praga precocemente, com tempo para planejar ações de controle. Este alerta é emitido pela Emater/RS-Ascar, através de um grupo de WhatsApp criado para este fim.

Controle

A partir do aparecimento das mariposas nas armadilhas, o segundo passo é realizar o controle biológico, aplicando na lavoura os ovos de uma vespa minúscula, chamada Trichogramma, inseto que irá parasitar os ovos de Spodoptera.

Os ovos de Trichogramma são adquiridos acondicionados dentro de placas de papelão, especialmente projetadas para que as microvespas possam sair quando nascerem após quatro dias, e dispostos na lavoura a cada 15 metros de distância. Desta forma, cada inseto consegue agir em um raio de cerca de sete a oito metros. Essas microvespas parasitam os ovos das lagartas, impedindo que se reproduzam.

Célula contendo ovos de Trichogramma (Créd.: Emater)

De acordo com o extensionista da Emater/RS-Ascar, Pedro João de Deus, esta ação permite que os produtores de milho possam ter acesso à tecnologia de baixo impacto ambiental. “O controle biológico é livre de agrotóxicos, de baixo custo e eficiente para o controle das lagartas do milho, além de permitir o controle precoce, através do alerta provocado pelas armadilhas”, afirma.

Os produtores fazem as encomendas de microvespa na Emater, pagam pelo produto, e a Prefeitura auxilia na logística de distribuição.

Cigarrinha do milho

A cigarrinha (Daubulus maidis) é a praga que mais preocupa os produtores de milho no momento. Na safra anterior, o inseto causou grandes perdas nas lavouras, especialmente aquelas plantadas mais tarde, chamada de microsafra. O inseto é um vetor que transmite um complexo de doenças conhecido como enfezamento do milho, que não tem cura, e provoca redução do tamanho das espigas, falhas na formação de grãos e redução do tamanho da planta, além de tombamento das plantas por apodrecimento da base.

Entre as medidas preventivas recomendadas, estão a eliminação do milho nascido no inverno, de grãos caídos durante a colheita. Também se recomenda concentrar o plantio em uma única época, de preferência cedo. Para este ano-safra, a Emater/RS não recomenda fazer segundo plantio de milho devido ao risco de incidência dos enfezamentos. Algumas variedades também se apresentaram com mais tolerância à doença na safra anterior, podendo ser escolha interessante para os produtores.

Mariposas da lagarta-do-cartucho presas na armadilha (Créd.: Emater)

Como fazer

Este controle é feito através do combate à cigarrinha, realizado através da aplicação de inseticidas. Para otimizar a aplicação dos tratamentos, se recomenda monitorar a lavoura com o uso de armadilhas adesivas amarelas, que podem ser encontradas nas lojas do ramo. Através delas, o produtor pode verificar a presença do inseto no milho, o que permite realizar a aplicação no momento que o inseto está presente na lavoura. A Emater/RS tem acompanhado algumas armadilhas instaladas em diversas localidades para gerar alerta aos produtores no caso de aparecimento de cigarrinhas.

Controle através de fungos

Uma das alternativas para realizar o tratamento são os inseticidas biológicos à base de fungos. Estes fungos são seguros para o ser humano e às plantas, causando danos apenas aos insetos. Podem ser adquiridos nas lojas do ramo e não possuem custo elevado.

Existem duas espécies eficientes para o controle da cigarrinha, sendo elas a Beauveria bassiana e Isaria Fumosorea. São alternativas eficientes para o controle e evita a exposição do produtor aos agroquímicos. Também permite a troca de formas de controle das pragas, pois a exposição muito frequente à uma única forma de controle pode provocar resistência da praga.

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