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DIÁRIO RURAL: criação de perus já rendeu prêmios à família de Feliz Lembrança

06/08/2021 - 09h45min

Atualizada em 06/08/2021 - 10h18min

Tadeu, Daniela e Tainá (Créd.: Dário Gonçalves)

Nova Petrópolis – Em 2021, o casal Daniela e Tadeu Malinski completam 20 anos de criação de perus, em Feliz Lembrança. O trabalho já rendeu ao casal alguns prêmios, entre eles, o de Melhor Aviário de 2019. Hoje em dia, eles têm a ajuda da pequena Tainá, de cinco anos, que adora estar junto quando o pai vai cuidar dos animais pequenos. E mesmo com a pouca idade, ela não sente medo nenhum e faz questão de passar entre as aves para aparecer nas fotos.

Tudo começou em 2001. Daiane trabalhou dos 12 aos 16 anos costurando sapatos com a mãe, e de 1996 a 2000 em uma fábrica. Mas queria um negócio próprio e decidiu que criaria frangos. Porém, estava surgindo uma empresa que trabalhava com perus, e ela resolveu apostar. Recebeu o primeiro lote com cerca de 4 mil aves ainda naquele ano e não parou mais. Ela cuidou do manejo principal até 2016, quando nasceu a filha, e desde então é o marido quem faz o trabalho principal.

Tadeu é natural de Viadutos, pequeno município do norte do Estado, próximo a Erechim. Em 1994, ele mudou-se para o Pinhal Alto e começou a trabalhar em uma serralharia. Ficou na profissão até 2016, quando decidiu dedicar-se ao aviário, já que Daniela passou a cuidar dos afazeres maternos. Atualmente, Tadeu segue fazendo a maior parte do trabalho com as aves, enquanto Daniela toma conta da casa. Tainá gosta de sair junto e dar comida para as aves pequenas.

Criação

São cerca de 3.500 perus em cada aviário (Créd.: Dário Gonçalves)

No local, que é uma propriedade que foi dos pais de Daniela, há uma área de 2.400 m² e dois aviários. O primeiro foi construído em 2001 e o outro em 2005. Juntos, abrigam hoje cerca de 7.000 perus machos. Os animais chegam com cerca de 30 dias e passam quase quatro meses no aviário para engorda, até a fase final, quando vão para o abate. Os machos chegam até 24 kg, e estão no momento com 20 kg. Há ainda as fêmeas leves, que chegam somente a 4 kg, e as maiores que alcançam 14 kg, mas estas não estão em criação no momento.

Os perus são animais sensíveis e se assustam com qualquer coisa, inclusive, com a luz. Tadeu começa a cuidar das aves nos primeiros raios de sol, por isso, no verão, o trabalho começa cedo, antes mesmo das 5 da manhã. No inverno, é um pouco mais tarde, por volta das 7 horas. “Às vezes a lua aparece e está muito brilhante, eles se assustam e já começam a fazer barulho. Qualquer coisa que altere minimamente o estado em que eles estão, já é o suficiente para que se assustem”, conta Tadeu.

Tainá se diverte com os coros ecoados pelas aves. Basta um assovio e todos os perus começam a cantar. O que se vê é semelhante a uma ola em estádio de futebol. Os perus mais próximos soltam os primeiros coros, e os outros vão repetindo ao longo do aviário.

Cuidados rigorosos

Tainá observa com o pai toda a criação (Créd.: Dário Gonçalves)

Para a criação de perus, uma série de cuidados rigorosos precisam ser tomados para garantir que as aves não contraiam doenças. Um exemplo é o tipo de calçado a ser usado em cada área. Os que são usados fora do viveiro não podem entrar no espaço em que estão as aves. Daniela, Tadeu e Tainá usam botas próprias para acessarem a criação. Os visitantes devem usar uma bota plástica fornecida por eles. Do lado de fora, o rigor também é controlado. O pátio da casa é separado por cerca da área dos aviários, assim, nem mesmo o cão de estimação tem acesso.

A fiscalização é feita por veterinários da JBS, empresa dona dos perus que também fornece a ração. Os profissionais verificam a qualidade da água, da própria ração, se existem aves machucadas ou doentes, além de toda a higienização. Todos estes itens geram pontos que, acumulados, transformam-se em bônus para os produtores, assim como os prêmios.

Premiações

Desde 2014, a empresa vem premiando os melhores de cada mês e melhores do o ano. De dezembro de 2019 a maio de 2020, os troféus vieram todos para a propriedade de Daniele, assim como o de melhores do ano de 2019. “Esses prêmios incentivam a gente a continuar com um trabalho de excelência, sempre cuidando dos mínimos detalhes e devolvendo as aves com uma qualidade muito boa”, conta Daniela.

Apesar de não parecerem amigáveis, as aves não são agressivas (Créd.: Dário Gonçalves)

Para manter toda a excelência, o trabalho é constante o ano inteiro. Ocasionalmente, acontece de alguma ave falecer e isso acontece justamente porque os animais se assustam facilmente e entram em desespero. Assim, podem ficar sufocadas sob os outros perus. “Para que isso não aconteça, um de nós sempre precisa estar em casa, dificilmente saímos os dois. Se notarmos qualquer agito fora do normal, precisamos estar aqui para controlar”, explica Tadeu.

E aqueles que morrem, viram adubo através de uma composteira. Assim, a natureza certifica-se de fazer o trabalho de transformar aquilo que um dia foi uma ave, em uma nova forma de vida.

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