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Diário Rural: Família de Hortêncio supera seca e tem boa produção de citros
São José do Hortêncio – Uma área com mais de três mil pés de laranja e bergamota, o equivalente a cerca de 400 árvores frutíferas por hectare. Esta é a propriedade de Ronei Dill, que vem gerando renda para a família há muitas décadas. Precisamente, o agricultor faz parte da terceira geração dos Dill que está no campo.
“Começou com meu vô Osvino. Passou para meu pai, Seu Osvino também, com quem aprendi tudo sobre a lida no campo. Há muito trabalho, mas é uma profissão menos estressante que muitas”, aponta Ronei. Aos 43 anos, não se recorda há quantos destina seus esforços no campo, mas garante que desde garoto já ajudava o pai.
Em razão da estiagem histórica que atingiu o Estado, o manejo para preservar os pés de laranja valência e bergamota 15 de março – as principais variedades com que a família trabalha – e fazer com que eles rendessem bons frutos, teve de ser redobrado no período.
Ainda sim, a bergamota que tem um tempo de safra considerado curto, rendeu citros com tamanhos menores, porém, sem grande perda na aparência e qualidade. O principal fator comemorado em meio a este cenário, é que o preço do produto na Ceasa não reduziu. “Em média cada pé nos rende R$ 100. Em cada caixa estamos conseguindo vender entre 10 a 15 reais”, avaliou Ronei.
Medidas preventivas
Contra as intempéries do clima, não há solução 100% eficaz que evite a perda na agricultura a céu aberto. Mas é possível amenizar um cenário que não seja tão propício, através de um manejo adequado e intensivo. Ronei reforça que ao final do ano passado, já era previsto que o clima não iria colaborar para o desenvolvimento dos pés e tentou se antecipar o máximo que pôde.
“Pulverizei bem os citros, já para deixar a planta mais forte para suportar longos períodos sem chuva. Fizemos a poda das bergamoteiras e o raleio. Se o fruto não ganhou corpo, ao menos está bonito e forte. E isso pesa muito no momento da venda”, destaca.
Apesar da resposta não ter sido a mais adequada, Ronei reflete que suas perdas na citricultura foram mínimas, contextualizando que o baixo relevo do terreno propicia um melhor rendimento dos pés, mesmo em situações adversas do clima. “Quem tem plantações em áreas mais altas certamente teve muito a lamentar. Inclusive em nossa propriedade se percebe que na parte alta os pés pouco desenvolveram”.
“Tudo é esforço e gasto”
Sobre o manuseio dos frutos, Volnei afirma que o trabalho é intenso durante todo o ano, independente do período de colheita. O controle de pragas é sistemático e de acordo com a época e desenvolvimento do pé, o agricultor percebe qual o melhor manejo e defensivo a ser aplicado. Porém, Dill alerta: “E além do esforço, tudo na roça requer um custo. Tudo custa dinheiro. Do maquinário ao fertilizante. Muitos pensam que é só plantar e esperar que a natureza faça o resto do trabalho”.
Sobre os citros da propriedade, a bergamota 15 de março tem rápida maturação, tendo sua colheita disponível por cerca de três meses. Seu manuseio exige poda e raleio para evitar perdas e possibilitar um melhor desenvolvimento. A fruta em si é pouco ácida e doce, sendo uma das preferidas pelo consumidor ao lado da ponkan e montenegrina.
Já a valência tem a grande vantagem de não precisa podar, diminuindo assim a carga de manuseio sobre ela. Sua colheita ocorre entre agosto e setembro e sua maturação é mais demorada, indo até janeiro. Na propriedade dos Dill são colhidos em média de cinco mil caixas de citros ao ano.