Destaques
Diário Rural: família investe em estufa para proteger hortaliças
Presidente Lucena – Na propriedade de 4 hectares da família Schmitt, em Nova Vila, trabalham pai, filho e nora, com a divisão de tarefas focadas no plantio de hortaliças e o cuidado com a criação de algumas cabeças de gado de corte da raça angus. José Schmitt cuida dos animais, o filho Roberto Ismael e sua esposa Ângela dedicam-se ao moranguinho, alface, e a uma grande variedade de culturas.
Roberto financiou uma estufa com estrutura metálica para proteger as alfaces da geada e até da chuva excessiva. O investimento da estrutura, somando-se à cobertura plástica e mais dois reservatórios e tubulação para captar a água da chuva, alcançou o patamar de R$ 67 mil.
Água da chuva
É Ângela quem mostra as estufas antigas, feitas de madeira e cuja cobertura cedeu com o vento que ocorreu há alguns dias. Ela também explica que a questão de captar a água da chuva para molhar as plantas ajuda na economia e contribui com o meio ambiente. Nesse período de tempo, o esposo está em Três Coroas e Igrejinha, levando o resultado da produção para vender.
Tradição agrícola passada de pai para filho
José Albano Schmitt conta que nasceu em Dois Irmãos e ajudava o pai desde muito cedo na roça, e que antigamente era tudo mais difícil, pois a terra era arada com mulas, a família não tinha trator e na propriedade não havia energia elétrica.
Ele trabalhou até se aposentar na indústria de calçados, e em 1988, junto com a esposa, Masinda, adquiriu a área de terras com cerca de 4 hectares, em Presidente Lucena. A esposa é natural de Picada Feijão Ivoti, e conhecia o proprietário da área, Claudino Lippert, que vendeu 8 hectares, metade para ele e a outra parte para a irmã e o cunhado.
Em 1989 José começou com a criação de gado Gir na propriedade, e a partir de 1996 começou a fazer o varejo, vendendo verduras nos mercados e fruteiras, junto com o filho Roberto. Somente em 2004 começou com a criação de gado Angus, tendo atualmente cerca de 15 cabeças no sistema de mini confinamento. No inverno os animais comem silagem no galpão e no verão ficam à vontade no pasto.
Diversidade de verduras e moranguinho nas estufas
Roberto é o mais velho de três irmãos, e comenta que começou de fato na agricultura a partir dos 17 anos. Ele e a esposa têm duas filhas, Thais Franciele, de 20 anos, e Gabriele, de quatro anos. A mais velha está estudando Agronomias na Escola Bom Pastor, em Nova Petrópolis.
Ângela é natural de 48 Alta, e é Weber de casa. Segundo explica, ela e as irmãs ajudavam o pai Geraldo e mãe Wali na produção de carvão. “O pai plantava acácia e fazia carvão, então a gente tirava o carvão do forno e ensacava”, explica a produtora.
Atualmente a produção é focada nas alfaces crespa e roxa, moranguinho, rúcula, radite, tempero verde, abobrinha, brócolis, couve-flor e repolho. Tem um cliente que vem até a propriedade para buscar moranguinho.
Foram buscados recursos no patamar de R$ 1,4 milhão
Até dezembro de 2020, apesar da pandemia ter atingido o país e o mundo, foi captado R$ 1,4 milhão para custeio e investimentos diversos nas propriedades rurais do município, com juros de 2,5%.
A engenheira agrônoma da Emater, Marta Levien, destaca que estão sendo encaminhados projetos neste ano, cujos recursos chegam a partir de julho, através do Plano Safra 2021/2022. De acordo com ela, os projetos de custeio referem-se à compra de adubo, mudas diversas, contratação de mão de obra e horas-máquina para o plantio de hortaliças.
Já para a parte do financiamento, os recursos foram, captados para a aquisição de trator, ensiladeiras, fornalha, construção de aviário colonial, placas fotovoltaicas e até para a construção de casa. Sete projetos foram através do Programa de Apoio à Agricultura Familiar (Pronaf), o que totalizou R$ 214 mil e, somando com outras linhas de crédito, alcançou R$ 566 mil.
Referente a investimentos foram 15 projetos, somando R$ 922 mil e quanto ao custeio somou R$ 500.000,00, alcançando à soma total de custeio e investimentos em R$ 1.422.000,00.
Produção diversificada tem apoio do Sicredi
Os investimentos buscados pelos produtores rurais do município contam com recursos vindos do Plano Safra, através de programas do Governo Federal, para incentivo às propriedades familiares rurais, que na maior parte são de pequeno porte na nossa região. O Sicredi vem apoiando projetos que objetivam a diversificação produtiva do meio rural.
Segundo a gerente de Negócios Agro do Sicredi de Nova Petrópolis, Marceli Kuhn Wames, o fato do município ser o segundo na venda de alfaces na Ceasa tem a referência no Plano Safra, que é implementado no mês de julho até o mesmo mês do ano seguinte.
Outras culturas como a acácia, tempero verde, gado de corte encontram seu espaço junto ao pequeno produtor rural. Ele acaba financiando caminhões para fazer o transporte das mercadorias que leva até os mercados e à Ceasa, e tratores para implementar o seu sistema de cultura.
“Toda a abertura de um período para contratação de projetos dentro do Plano Safra representa novo ânimo para mais investimentos e crescimento do agronegócio como um todo. E o produtor busca recurso, pois quer investir, crescer e ver o seu município se desenvolver”, destaca Marceli.
Reportagem: Cândido Nascimento
Fotos: Cândido Nascimento e David Dorneles