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DIÁRIO RURAL: Feira do Produtor de Linha Nova se reinventa e adota novidades
Linha Nova – Fundada em 2010 junto ao Parque Georg Heinrich Ritter, a Feira do Produtor de Linha Nova não é mais a mesma. Está cada dia melhor. Além de oferecer produtos fresquinhos e saudáveis, os três expositores que estão no local inovaram em tempos de pandemia.
Agora, eles também trabalham aos domingos, atendendo pedido dos turistas que vêm de diferentes pontos, especialmente Porto Alegre. Segundo os expositores, os visitantes costumam desfrutar de bons momentos junto ao Parque e sentiam a necessidade de atrativos, por isso sugeriram aos feirantes atenderem também aos domingos, além das sextas-feiras, como já é tradição.
A sugestão foi acatada, porém, eles não estão abrindo, até para preservar a própria saúde dos produtores e consumidores em geral. De qualquer forma, a feira agora também tem maquininha para cartão e oferece serviço de tele-entrega que, segundo o expositor Ari Stumm, 68 anos, tem sido bem positivo, tanto para os feirantes como para os clientes.
Internet facilita a atividade no local
Outra questão importante tem sido a internet e os dispositivos tecnológicos, que estão facilitando bastante a atividade da feira. Segundo Janete Lippert, 37 anos, filha de Ari e expositora, hoje os clientes fazem pedido pelo WhatsApp e os produtos são entregues em casa. Antes da feira, Ari, morador do Canto Karling, vendia laranja e bergamota, que eram levados para a Ceasa.
Incentivado pela Prefeitura e Emater, ele inicialmente resistiu à ideia de ser feirante, mas hoje se diz feliz e satisfeito com a iniciativa que além de ser um negócio rentável, é onde ele tem feito grandes amizades. Há 11 anos vende a produção própria de amendoim, feijão, aipim, nozes e verduras e outros itens de produtores locais.
Ele é pioneiro na Feira do Produtor e mesmo com as dificuldades dos dias de frio e de chuva, diz que gosta muito do que faz. Segundo ele, passam pela feira cerca de 90 a 100 pessoas por dia. Conta que chegou a parar por seis meses, quando ficou em casa, o que lhe doeu muito. Hoje está feliz por voltar ao trabalho e poder rever os clientes e amigos.
Ajuda ao pai incentivou início da exposição
Janete, que mora no Canto Lippert, começou a frequentar a feira inicialmente para ajudar o pai e há cerca de quatro anos expõe seus produtos: pães caseiros, cucas, spritzbeer, waffel e “calça virada”. Embora esta não seja sua atividade principal, ajuda a incrementar a renda. Diz que adora trabalhar com o público e fica feliz com a preferência por sua produção saudável e caseira.
Ela afirma que a família só produz o que consegue colher, também no caso das hortaliças e vegetais (batata-doce, cebola e aipim, entre outros). Estes somente são expostos na Feira do Produtor ou no próprio município, e não são encaminhados para outros locais, como a Ceasa. Isto garante que haja produtos sempre frescos na mesa de quem os adquire.
“O pessoal do município é bastante envolvido. Com o passar do tempo vem aumentando o movimento de pessoas”, observa Janete, ao comentar sobre as visitas de consumidores. A irmã dela também ajuda nos negócios. Ela conta que o pai Ari, com problemas de saúde, começou a ficar impossibilitado de atuar sempre na feira, e por isso as irmãs resolveram auxiliá-lo.
A família não precisou recorrer a financiamentos para a produção, e conta que tem conseguido sustentar bem o empreendimento. Janete tem duas filhas, e quando questionada a respeito da sucessão familiar no meio rural, ela diz que ainda não sabe como será as próximas gerações de produtores.
“Ideia de fazê-las trabalhar no campo a gente tem, mas em primeiro lugar, elas têm que estudar, depois cabe a elas decidirem o que querem. Hoje em dia, com a tecnologia, é complicado falar nisto”. Ainda assim, a família de Linha Nova consegue se manter com os bons negócios, chamando a atenção de quem busca produtos coloniais de qualidade no município.
Conservas e doces também fazem sucesso
Moradora do bairro São José, a produtora Nelsi Bohn, 65 anos, está há oito anos na feira onde comercializa conservas de pepino, cenoura, picles, beterraba e cebola, entre outros; schmiers de goiaba, figo, pêssego e pera, entre outros; e bolachas como broas, amanteigadas e de Natal. O sucesso é garantido.
Antes da feira produzia e vendia em casa, mas ela mudou sua vida para melhor: fez novas amizades e ampliou as vendas. “O pessoal vem passear no parque e sempre nos prestigia”, comenta ela. Parte da matéria-prima usada por Nelsi, como cenoura, vagem e beterraba, é de sua propriedade.
O que ela não tem, compra do colega expositor, Ari, que a incentivou a procurar a Prefeitura e a Emater para manifestar seu interesse em ser feirante. Hoje ela diz que se sente realizada e feliz com a atividade, que também representa oportunidade de renda aos produtores do espaço, localizado no coração de Linha Nova.