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DIÁRIO RURAL: Plantação de pepinos mantém família inteira na produção rural

20/01/2021 - 09h24min

Atualizada em 20/01/2021 - 09h25min

Nova Petrópolis – Nelseu, Walmi e o filho Elton Beck trabalham juntos na produção rural da família, em Linha Temerária. Em 2019, resolveram investir em pepinos em conserva para aumentar a renda familiar em períodos em que o carro-chefe da produção não está em colheita. Há anos, eles produzem milho seco e silagem como principal atividade, mas descobriram nos pepinos uma produção rápida e com bastante saída no mercado, fazendo deles uma renda extra.

Durante o ano, os produtores chegam a alugar terras para a colheita dos milhos, inclusive plantando para terceirizados. Com os milhos colhidos, a secagem é feita e entregue de volta para as famílias. Segundo eles, em Nova Petrópolis são os únicos que trabalham desta forma e, assim, entregam a silagem em todo o Vale do Caí.

Mas como a melhor época para a colheita dos milhos é de janeiro a junho, no restante do ano, os Beck’s investem em outros cultivos, explorando novos plantios e descobrindo novos meios de produção. Antes, a aposta foi na plantação de alfaces, mas não deu muito certo. “A gente plantava alface, mas é complicado. Às vezes tem venda, mas não tem preço, e as vezes, quando não tínhamos a alface, tinha venda”, contou Elton Beck. Outro fator que fez com que a verdura ficasse para trás na linha de produção, é que a alface não dura muito, já o pepino, colocado em conserva, dura por muito mais tempo.

Walmi Beck colhendo os pés de pepinos (Créd.: Fabiane Wickert)

O uso de agrotóxicos acaba sendo necessário para controlar doenças e o pé continuar a produzir, mas a quantidade é pouca, garante Elton. “Nós usamos, pois do contrário se produz um pouquinho e depois não produz mais. O pepino não gosta de noites frias, por isso, precisamos controlar essa parte”, explica. E é por não se desenvolver bem em baixas temperaturas que a atual safra foi plantada depois do fim do último inverno.

Resultados

Na safra anterior, a família conseguiu colher uma média de 1.000 kilos para cada 1.000 pés de pepinos. Num total, a colheita de quatro hectares rendeu mais de 1,4 tonelada da hortaliça. Atualmente a demanda de compradores é grande. O começo foi mais difícil pelo fato das pessoas não saberem que eles estavam vendendo, mas o “boca a boca” fez ganhar clientes. Uma ou duas vezes por semana Elton se programa para fazer as entregas.

No início, houve dificuldades por conta da falta de água. Nova Petrópolis enfrentou uma grande estiagem de novembro de 2019 até meados de abril do ano passado. Mas a lição foi aprendida e para 2020 os produtores se prepararam melhor e não enfrentaram esse problema. Se antes a irrigação era feita por cima e os pepinos eram molhados pela manhã e noite, agora foi instalado um sistema de gotejo. Assim, o cultivo é irrigado o dia inteiro, de forma gradual e prática.

Mas a maior dificuldade foi aprender a trabalhar com o novo produto. “É uma cultura sensível, se não souber trabalhar com ele, não se tem lucro. Ele entra doença fácil e perde-se o pé”, explicou o produtor. Com as práticas aprendidas, a família Beck já colheu a atual safra e, agora, se prepara para retomar as plantações de milho.

Caixas de pepinos mostram o resultado do cultivo (Créd.: Fabiane Wickert)

Demais culturas

A vagem de metro é outra cultura que vem sendo explorada pela família. O plantio ainda é recente, mas os resultados já começam a aparecer. Mãe e filho mostram com orgulho os legumes que podem chegar a medir três metros de comprimento.

Depois do inverno, outro produto plantado são as chicórias, vegetal muito usado em saladas. As verduras acabam indo para a própria mesa e também para outras famílias da região.

Vagem de metro é outro tipo de plantio experimentados por eles (Créd.: Fabiane Wickert)

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