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DIÁRIO RURAL: produtor de Linha Nova dobra produção de ovos orgânicos
Linha Nova – Depois de ter dado certo o projeto realizado no ano passado, o produtor Jaime André Biegelmeier, 45 anos, está dobrando sua criação de galinhas soltas no aviário da propriedade, que fica no Roseiral. De mil aves da última vez, Jaime agora tem duas mil, que vieram para a propriedade com 10 semanas, e começam a pôr ovos a partir de 18 semanas.
O aviário da família tem 30×12 metros, e sua construção, em 2018, foi notícia no Diário. O local, amplo e suficiente para o trânsito dos animais, tem controle de ração, dispensação de água e divisórias para que cada uma delas possa pôr os ovos, vendidos posteriormente para a Filippsen, de Morro Reuter. As aves, da raça Isa Brown, vieram da empresa Mercoaves, de Bom Princípio.
Por conta disto, os ovos têm o método de produção orgânico, que não utiliza agrotóxicos ou substâncias promotoras de crescimento para as galinhas poedeiras. É neste mercado que o produtor do Roseiral aposta desde quando construiu o aviário. “Existe uma série de requisitos que precisamos cumprir”.
A Granja Biegelmeier possui certificado de conformidade orgânica, emitido pela empresa Kiwa, de Florianópolis, em Santa Catarina, em março deste ano e com validade até março de 2021. Isto garante a confiabilidade do produto e que o mesmo atende aos mais rígidos padrões de qualidade em produção do tipo.
A rotina do morador começa às 7 horas, quando ele vai até o aviário e inspeciona os animais. Depois, retorna para seus outros afazeres. Mas antes, verifica a ração e as condições gerais das galinhas. O aviário não é um sistema fechado, já que, por vezes, elas são livres para transitar por uma área específica da propriedade, de um hectare, em volta da construção, que tem seis hectares.
Engana-se quem pensa que Biegelmeier trabalha sozinho no aviário, embora, no momento em que a reportagem esteve no local, ele conduzia solitário mais uma inspeção. Sua esposa, Edenir Pedroso, também atua no aviário. O casal não tem filhos. Ambos têm uma sócia, a prima do morador, que mora na Feliz. Ela também foi quem idealizou o negócio.
Jaime é natural de Chapada e se mudou para Linha Nova para ficar mais próximo da família. “Na época em que morava fora daqui, nem imaginava que seria possível esta produção. Hoje percebo que é possível sobreviver por meio dela”.
Para a produção do ovo orgânico são necessários componentes também orgânicos, a exemplo do milho, soja e trigo para as rações, que vêm da empresa Ecobio, de Coronel Bicaco, na região Noroeste do Estado. Quando chegam na propriedade, eles são colocados em um equipamento específico, chamado misturador de ração.
Financiamento feito pelo Programa Mais Alimentos
Já para a criação das galinhas soltas, são necessárias diversas adequações e inspeções detalhadas na propriedade, e todas realizadas de forma permanente, como o controle de roedores e da cloração da água. Cada um tem um projeto específico. No aviário de Jaime, ela é conduzida por encanamentos até a área onde os animais bebem.
Não apenas as galinhas Isa Brown podem ser utilizadas para a conformidade orgânica, mas qualquer raça. Esta variedade é uma das melhores do mundo para este tipo de produção. Ela se adapta bem a diferentes climas, sistemas de manejo e de habitação em geral.
O único financiamento que ele diz ter feito para a construção do aviário foi ainda no ano de 2018, por meio do Programa Mais Alimentos, linha de crédito do governo federal voltada exclusivamente para agricultores familiares. Hoje, se sente satisfeito com os resultados obtidos, permitindo que ele pudesse ampliar a produção de forma eficiente e promovendo sustento para a família.
“Iniciativas como esta mostram que isto é possível, e a Emater está sempre pronta para auxiliar”
Emater pronta para auxiliar na transição para orgânicos
O chefe do escritório da Emater de Linha Nova, Paulo Roldan, conta que conhece a produção agroindustrial de ovos de Jaime e que, além dele, há outro produtor certificado para produção de alimentos orgânicos no município, porém em pomares. Segundo Roldan, a certificação do tipo é para poucos que efetivamente conseguem.
“É algo muito interessante para ele, por conseguir chegar no mercado de forma eficiente, e ótima para quem consome, pois terá a garantia de origem”, comenta. O chefe da Emater também salienta que há uma tendência crescente, observada na região e no planeta, de conscientização da importância do consumo destes produtos sem agrotóxicos.
“São práticas de vivência sustentável com o planeta e que acaba indicando uma alimentação mais saudável e um meio ambiente melhor”, comenta ele, salientando que diversos produtores têm pensado em modificar suas produções para se adequar aos processos orgânicos. “Iniciativas como esta mostram que isto é possível, e a Emater está sempre pronta para auxiliar”.