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Dois Irmãos: Marlene conta trajetória de vida e mudança de Estado
Com a maternidade nasceu uma empreendedora
Por Carla Fogaça
Dois Irmãos- A moradora de Dois Irmãos Marlene Ellwanger, 61 anos, nasceu no oeste de Santa Catarina, sendo a filha mais velha de cinco irmãos. Logo cedo ela começou a trabalhar na cidade vizinha para custear estudos e ajudar em casa, mas essa aventura não foi o bastante. Em 1997 ela recebe, de uma amiga, o convite mais desafiador da sua vida, um emprego na Capital do Rio Grande do Sul, onde sem pensar muito aceitou a oportunidade.
“Cheguei em Porto Alegre e estranhei bastante, não conhecia ninguém. A cidade era enorme e eu fui criada na colônia. Foi um grande desafio, mas eu tive o apoio do casal de idosos que eu vim cuidar, eles eram bem queridos”, conta Marlene.
Ainda segundo Marlene, o pai dela ficou chorando com a partida e a mãe pouco insegura, mas sempre apoiaram a decisão dela. “Foi uma mudança grande e mudou todo meu destino, minhas escolhas e fez de mim quem sou hoje”, ressalta.
Um baile e um namorado
Em um dia de folga, uma nova amiga convidou Marlene para um baile na Sociedade Santa Cecília e na ocasião conheceu o esposo Ferdinando e em seguida começaram o namoro. “Foram três anos de namoro e eu vinha para Dois Irmãos aos fins de semana. Aí quando casei mudei para cá e comecei a trabalhar em fábrica”.
Um ano depois nasceu o primogênito do casal, Edson Ellwanger e em seis anos o caçula, Anderson Ellwanger. “Com o mais velho passei bastante coisa, deixava ele chorando na creche para ir trabalhar, me doía o coração. Aí quando veio o segundo eu decidi empreender e trabalhar em casa, perto deles”, explica.
Da maternidade para o empreendedorismo
Como a vida se faz de oportunidades e força de vontade, Marlene aproveitou que o local onde ela trabalhava havia fechado para começar o trabalho em casa. Inicialmente ela fazia calçados, mas não deu muito certo e começou a costurar. “Fazia reformas para minha cunhada que tinha loja no Centro e de boca a boca comecei a ficar conhecida e aumentar os clientes”.
Desafios e superações
“Nem tudo foi fácil e é fácil. Mas aprendi que devemos ser humildes e atencioso com todos, sem desigualdade”, diz Marlene.
Tanto na profissão como costureira teve desafios, mas hoje superou muitos deles e disse que no começo ela tinha poucos trabalhos. “O que hoje eu faço em dias, antes fazia em um mês porque a demanda era menor”.
Outro desafio que ela supera todos os dias é a mudança de país do filho mais velho. “Ele mora na Nova Zelândia e neste período de pandemia estamos sem nos visitar, mas nos falamos sempre. No começo fiquei assustada, mas agora o pior já passou”.
Realização como mulher
Além de mulher, esposa, empreendedora, filha e irmã, Marlene também e mãe, e segundo ela, os momentos que passou com os filhos pequenos foram inegociáveis. “Lembro de dias de chuvas, eles faltavam a aula e olhávamos filme comendo pipoca”. Para ela, o que mais lhe marcou foi o nascimento dos filhos.