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Em quarentena, família de Ivoti relata momentos de tensão na Nova Zelândia

14/04/2020 - 15h18min

Atualizada em 14/04/2020 - 15h26min

Ivoti – Uma família do município está vivendo momentos de quarentena após retornar de uma viagem feita à Nova Zelândia, que terminou de forma repentina entre o final de março e o início deste mês. Ao Diário, a arquiteta Pâmela Bohn, 25 anos, contou sobre a experiência e os momentos de tensão vividos no outro lado do mundo, quase sem ter como retornar para casa.

O embarque ao país da Oceania foi no dia 13 de março. Com ela, foram a irmã mais nova, a estudante Letícia Salvi, 14 anos, e os pais das jovens, o técnico em eletrônica Douglas Roberto Salvi e a aposentada Marcia Marisa Bohn, ambos com 48 anos. “Quando saímos daqui, não tínhamos ideia de que as coisas tomariam a proporção que tomaram”, conta Pâmela.

Conforme ela, era para ser apenas uma viagem turística, iniciando pela Ilha Sul. A ideia era, na sequência, rumar à Ilha Norte, onde ficam a capital, Wellington, e a cidade de Auckland, outro grande centro urbano do país. “Quando chegamos lá, as coisas estavam normais. Acompanhávamos de lá as movimentações aqui, como paralisações e fechamentos de escolas”, afirma ela.

Família já de volta em Ivoti após o período na Nova Zelândia (Créditos: Arquivo pessoal)

Três meses fora

“Lá pelos dias 18 ou 19, vimos que a companhia aérea responsável pelo nosso voo também pararia no dia 30, e só voltaria no começo de julho. Acabamos reduzindo em uma semana nosso planejamento de viagem e pedimos à agência de viagens virtual para alterar a volta para o dia 28”. Porém, sem haver retorno da empresa, a preocupação aumentou.

A família tinha conhecidos na Ilha Norte. Mas quando os ivotienses lá chegaram, perceberam que os serviços estavam parando também, com o estabelecimento do “lockdown” nas 48 horas seguintes, medida mais restritiva de circulação do que a adotada no Brasil. A população podia ir em mercados, farmácias e andar nas ruas, mas respeitando uma distância de 1,5 metro.

Vídeo

A verdade é que a companhia aérea em questão parou no dia 19. A família, então, buscou um conhecido no entorno para pedir auxílio. Segundo ela, a empresa e tampouco a embaixada pouco fizemos para resolver o problema. “Foi uma semana em que a gente estava meio em desespero de não saber quando iríamos voltar”, disse ela.

Em seguida, a família alugou um quarto na cidade neozelandesa de Tauranga, e publicou um vídeo nas redes sociais pedindo auxílio para amigos e veículos de comunicação brasileiros. Embora tenham havido muitas mensagens de apoio, a solução mesmo, conforme Pâmela, foi comprar passagens de outra companhia aérea, em um voo que saiu no dia 31 e chegou em 1º de abril.

Momentos de redescoberta após a experiência

Pâmela, os pais e a irmã mais nova chegaram em Ivoti na quinta-feira, 2, e desde então estão isolados, na residência da família, no bairro Concórdia. Nenhum deles apresentou sintomas gripais, compatíveis com o coronavírus. “As pessoas podem aproveitar este momento para se redescobrir com a família”, afirma a arquiteta, reforçando a orientação de permanecer em casa.

“Estamos num momento de muita reflexão. Somos muito gratos pela ajuda que recebemos das pessoas que fazem parte nosso círculo de amizades e família, mas também das pessoas que não conhecíamos e nos ajudaram mandando mensagens de apoio, dizendo que tudo ficaria bem. Acho que este é um momento de sermos um pouco mais solidários e empáticos”, comenta ela.

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