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Época de colheita da lavanda em Morro Reuter

30/10/2020 - 09h33min

Para agilizar o trabalho, Ari utiliza um aparador de cerca viva. (Foto: Rogério Savian)

Por Rogério Savian

Morro Reuter – O plantio de lavanda tem conquistado cada vez mais adeptos por esta ser uma cultura resistente à seca, não exigir tanto trabalho e seu retorno financeiro é muito bom. O óleo essencial é bastante procurado e o litro está sendo comercializado em média a R$ 1.100,00. Em Walachai, Ari Normélio Closs, que por 37 anos trabalhou como motorista de caminhão em fábrica de calçado, está no auge da colheita. Ele conta que começou a investir no cultivo de lavanda há 11 meses e já está com 21 mil pés plantados. Ainda neste ano pretende plantar outros seis mil e os planos é chegar a 50 mil mudas, com uma área de 7 a 8 hectares.

Inicialmente vendia a massa verde da planta (ramos e flores), mas agora comprou a máquina que faz a destilação e ele mesmo passou a extrair o óleo. Esse processo agrega um retorno financeiro muito maior. Para agilizar o corte ele utiliza um aparador de cerca viva e conta que está usando uma técnica de poda em que tira menos do galho, facilitando o surgimento de nova brotação em um menor período. Dessa maneira a expectativa é conseguir de 4 a 5 cortes por ano. A quantidade de óleo está relacionada à quantidade de flores e se o galho for muito novo rende menos.

“A lavanda dá de 5 a 6 vezes mais lucro do que plantar mato na mesma área de terra. Meu maior investimento é a muda e depois a minha mão-de-obra, que dou conta sozinho”. É uma planta bem resistente e se adapta facilmente ao terreno de encosta dos morros. Precisa de pouca correção de solo e capina. Também estão surgindo interessados em comprar as flores para fazer arranjos de decoração.

Produção de óleo

A destilação do óleo de lavanda é feita em uma máquina que aquece a água, passando pelo compartimento onde está a massa verde. Ao passar pelas plantas, o vapor faz com que elas liberem seus óleos essenciais. Esses óleos seguem misturados com o vapor até o tubo de condensação. O vapor atravessa o condensador dentro de uma serpentina. Entre a serpentina e a parede do condensador, há água gelada, que tem como função de resfriar o vapor. Neste momento, o vapor é resfriado, se tornando um líquido que mistura água e óleo essencial. No terceiro recipiente, pela diferença de densidade dos líquidos, o óleo é separado da água. Assim, ao final do processo, a água é liberada e o óleo essencial é separado. São necessários cerca de 300 quilos de planta para extrair 1 litro de óleo essencial. O processo demora cerca de 1h50 por destilação.

Falta energia elétrica

A maior dificuldade de Ari é que a máquina fica instalada no galpão do amigo Décio Kuhn, há cerca de 1,5 quilômetros da lavoura. Isso porque no sítio ainda não tem energia elétrica. O pedido de instalação dos cerca de 200 metros de rede baixa tensão já foi feito à RGE, mas ainda está sendo aguardado. A Administração Municipal também está cobrando a rede porque vai beneficiar outras famílias nas imediações. Ari está construindo um ambiente para fazer a destilação no sítio e se já tivesse energia elétrica o trabalho seria muito menor porque hoje precisa transportar toda a produção para a casa de Décio. Depois de extraído o óleo, ele carrega a palha seca de volta para espalhar na lavoura, onde vai se decompor.

 

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