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Equipe da UFSM avalia projeto de plantio da statice fora de época em Ivoti

11/05/2021 - 10h07min

Estudantes e orientadores da UFSM estiveram em Ivoti para conduzir mais uma etapa do projeto (Créditos: Felipe Faleiro)

Ivoti – O município está sendo laboratório para um importante estudo, realizado pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), por meio da Equipe PhenoGlad, para o cultivo da flor statice na entressafra. E, pela primeira vez desde o início da pandemia, técnicos e estudantes da instituição estiveram em Ivoti para conferir os mais recentes resultados do projeto.

As mudas foram plantadas em janeiro deste ano, na propriedade do presidente da Aflorr (Associação dos Floricultores da Rota Romântica), Laerte Corrêa da Silva, no bairro Jardim do Alto. E a intenção do estudo é conferir se há viabilidade de plantá-las e colhê-las em outras épocas do ano, que não são as habituais para os produtores.

Datas – “Normalmente, a statice é plantada em junho e colhida em outubro. Assim, fica disponível para a primavera e datas como Finados. Mas a intenção é que ela possa estar fresca também em outros períodos, como o Dia das Mães e Dia dos Namorados”, salienta Laerte. Para que isto seja possível, estudou-se “enganar” as plantas, que precisam do frio para se desenvolver.

“As mudas foram deixadas na geladeira, à temperatura de 10ºC, durante 21 dias, para ‘imitar’ o frio, mesmo na época do verão. Depois, são plantadas. Nossa ideia é testar a metodologia que a equipe PhenoGlad desenvolveu em 2020”, afirma Regina Tomiozzo, doutoranda em Agronomia e integrante da Equipe PhenoGlad na UFSM. Segundo ela, o desenvolvimento delas foi consistente.

Além de Regina, estiveram presentes o mestrando em Engenharia Agrícola, Lorenzo Meus, e as estudantes da graduação, também integrantes da Equipe PhenoGlad, Alissa Frigotto e Valéria dos Santos da Rosa. O estudo integra o Ensaio Sul-Brasileiro de Produção de Statice na Entressafra, dentro do projeto de extensão Flores para Todos.

Novas tecnologias para produção no Brasil

O projeto, desenvolvido pelas Equipes PhenoGlad na UFSM e em instituições de oito estados brasileiros, como forma de trazer esta alternativa de ganho aos produtores, traz novas tecnologias de produção de flores no Brasil. Como esta, de produção inédita de statice, também conhecida como sempre viva ou flor seca, no outono, no Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

Segundo o professor Nereu Augusto Streck, um dos coordenadores da Equipe PhenoGlad na UFSM, Ivoti é protagonista na produção de statice fora de época. O município ajudou a desenvolver a tecnologia em 2020 e agora colhe os resultados com a produção nesta época. Atualmente, Laerte tem plantados mais de 500 pés de statice. Cada arranjo é variável, abrigando de 10 a 12 hastes.

Veja vídeo feito pela equipe na propriedade de Laerte em Ivoti

Sistema de lâmpadas recebe elogios

Além das temperaturas mais baixas, as statices precisam também de dias mais longos para florescer, ensina Regina. Como acontece no verão, em que o sol costuma ficar 13 horas no céu. No entanto, como neste período de outono/inverno acontece justamente o contrário, Laerte teve a ideia de instalar um sistema de lâmpadas fluorescentes sobre algumas flores, imitando a luz solar.

Segundo Laerte, elas estão ligadas em um timer, que as aciona por volta das 17 horas, com o objetivo de “espichar” o dia. Por ora, os resultados desta experiência são animadores, na opinião dos técnicos presentes. E se for confirmada a hipótese de indução relacionada às lâmpadas, ela pode embasar novos testes em outros municípios e estados brasileiros onde a PhenoGlad atua.

A última visita dos técnicos à propriedade de Laerte havia sido em fevereiro do ano passado, mas, devido à Covid-19, os encontros de avaliação se tornaram virtuais. Antes, as visitas aconteciam a cada 15 dias em locais mais próximos a Santa Maria, ou, no caso de Ivoti, uma vez por mês. “Ficamos orientando à distância”, salienta a doutoranda Regina.

Manejo conforme as técnicas dos produtores

Plantas foram medidas e resultados dispostos em planilhas; técnica de lâmpadas foi elogiada pela equipe (Créditos: Felipe Faleiro)

Segundo os técnicos, o manejo das plantas ao longo do tempo é conforme a técnica de cada produtor Além de Ivoti, o ensaio ocorre em Santa Maria, Cachoeira do Sul, Dilermando de Aguiar, Júlio de Castilhos, Rio do Sul/SC e Curitibanos/SC. Em todos os municípios gaúchos, há o apoio da Emater local. A Aflori (Associação Riograndense de Floricultura) também apoia o projeto.

Em Ivoti, as plantas foram medidas, suas hastes contadas, e os resultados aferidos em planilhas. A PhenoGlad também gravou vídeos com Laerte, a fim de compartilhar a experiência nas redes sociais, onde o projeto é bastante ativo. Um deles foi sobre a técnica pioneira das lâmpadas, à qual o presidente da Aflorr recebeu elogios. “A ideia é sempre refinar as técnicas utilizadas”, diz Regina.

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